O ex-presidente Michel Temer foi espertinho. No apagar das luzes de seu governo, tentou emplacar o seu ministro Carlos Marun para o conselho administrativo da Itaipu Binacional, com mandato até 2020.
Uma boa mamata pra quem pretendia advogar também na iniciativa privada, já que como conselheiro não teria que bater ponto, só participar de reuniões esporádicas em Foz do Iguaçu.
Pois o presidente Jair Bolsonaro não gostou. E vai rever o ato de seu antecessor, noticia o jornal O Estado de S. Paulo.
Bolsonaro não gostou da pressa de Temer, ainda mais que não foi consultado. E, além disso, a nomeação contraria sua decisão de só nomear técnicos para o segundo escalão.
Quanto a Marun, já tem um plano B: volta à Câmara para cumprir seu mandato até dia 31, quando acaba a legislatura, já que ele nem tentou a reeleição. Provavelmente, confiou no apadrinhamento de Temer, de quem foi um fiel cão de guarda.
Depois, volta à advocacia privada.
Opinião
Para o site O Antagonista, a decisão de Bolsonaro de rever a indicação de Marun pro Conselho de Itaipu “é uma excelente maneira de iniciar seu mandato”.
Atualização
A jornalista Andréia Sadi, em sua coluna no G1, conta que o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, avaliou a nomeação de Carlos Marun para o Conselho de Administração da Itaipu Binacional como um “prêmio” dado pelo ex-presidente Michel Teer. Para Mourão, a nomeação “não é ilegal, mas não foi ética”.
Ele vai defender a revisão do caso na reunião ministerial desta quinta-feira (3). O presidente Jair Bolsonaro já disse que vai passar um pente-fino nas decisões do antecessor.
“Depende (a anulação do ato ou não) do presidente, amanhã na reunião ministerial pode ser um tema, Onyx ficou de levar o que precisa ser feito”, disse Mourão. Ele vai argumentar pela anulação do ato.