Apenas 6% das 3.342 cidades brasileiras com mais de 20 mil habitantes têm plano de mobilidade urbana, uma exigência do governo federal pro repasse de verbas para obras que favoreçam o transporte público, por exemplo.
Entre as cidades que não desenvolveram planos de mobilidade no prazo previsto (abril de 2015, depois abril de 2018), estão 40% das capitais. Foz está entre a minoria de municípios que obedeceram à determinação, que agora ganhou novo prazo, devido à baixa adesão: abril de 2019.
MobiFoz
Desenvolvido em parceria entre o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Prefeitura, o Plano de Mobilidade Urbana de Foz do Iguaçu (Mobi Foz) estabelece diretrizes e propostas para melhorar a locomoção de pessoas no cenário 2018-2028.
O Não Viu? trouxe várias matérias sobre o assunto. Uma delas, sobre a mobilidade do pedestre pelas vias da cidade (confira em https://goo.gl/Wqnz6a).
Outra, sobre as mudanças que o MobiFoz prevê para o transporte coletivo (veja em: https://goo.gl/nWKDKE).
E uma terceira, ainda, sobre ciclovias (link: https://goo.gl/pPniCL).
Vale a pena conferir o que é o MobiFoz, até mesmo para cobrar das autoridades municipais a sua aplicação na prática. Sabendo, ainda, que é possível obter recursos federais para as melhorias, desde que a Prefeitura se credencie pra isso com projetos viáveis.
Na GloboNews
O assunto é tão importante – afinal, envolve o ir-e-vir de todos os brasileiros – que mereceu reportagem especial da GloboNews, dentro da série Globo em Movimento (apresentado na terça-feira, 4). O programa mostrou as consequências da falta de planos municipais de mobilidade e também como tornar as cidades mais sustentáveis.
Para estimular a criação dos planos de mobilidade, o Ministério das Cidades criou o programa chamado Avançar Cidades, com recursos para investimentos. Até agora, 76 cidades se cadastraram, mas, como não foram até o final, nenhuma foi agraciada com verbas.
“O atraso desses planos, em alguns casos, está muito ligado a uma tradição no Brasil que é de não envolver tanto a população na montagem de seus planos. E o plano de mobilidade, que, aliás, tem uma grande inspiração na cultura europeia, coloca exatamente isso, que a população seja consultada. Esse processo de consulta não é um processo assim tão trivial e, muitas vezes, barram esse desenvolvimento, porque ele abre, obviamente, uma janela também importante da população de colocar as suas demandas”, afirmou à GloboNews Antônio Lindau, diretor da WRI Cidades Sustentáveis.
Veja só que nem todas as capitais brasileiras concluíram seus planos – só 16 das 26. Entre aquelas faltosas, evidentemente que está a cada vez mais caótica cidade do Rio de Janeiro.
Para Marcos de Souza, editor do Mobilize Brasil, se as cidades não cumprirem a lei perderão a oportunidade de não só replanejar todo o sistema de transportes, como também repensar o modelo de urbanismo.
Foz do Iguaçu
É claro que o MobiFoz é importante, não só para cumprir o que manda a determinação do Ministério das Cidades, mas realmente para que Foz pense e repense seus meios de locomoção e transporte.
O plano, como se vê nas matérias do Não Viu?, prioriza a pirâmide em que a base de tudo são os pedestres, depois os ciclistas, a seguir o transporte público, o transporte de cargas e só então carros e motos, que representam o transporte individual.
O detalhe é que não basta ter um plano geral. É preciso destrinchar, ir aos detalhes e, depois, implantar.
Fazer de boas ideias bons projetos e, com eles, conseguir apoio dos governos federal e estadual para a execução.