Em entrevista ao jornal paraguaio ABC Color, publicada nesta sexta-feira (05), o vice-ministro do Ensino Superior e presidente do Conselho Nacional do Ensino Superior (Cones), Frederico Mora, abordou as recentes e futuras medidas tomadas com o objetivo de impedir cursos de medicina sem qualificação em universidades privadas.
A entrevista foi concedida em consequência da morte da modelo brasiliense e influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, na terça-feira (2/7).
Ela morreu após passar por um procedimento estético na clínica Ame-se, em Goiânia, de propriedade de Grazielly da Silva Barbosa, que afirma ter estudado três semestres em uma faculdade particular no Paraguai.
Segundo Frederico Mora, o Cones está realizando uma revisão geral da oferta de cursos de Medicina no Paraguai, e já conseguiu revogar decisões judiciais temporárias para permitir o funcionamento de cursos não qualificados.
Como exemplo, vale ressaltar que a juíza Eresmilda Román Paiva, que autorizou, sem a aprovação do Cones, a abertura de um curso de Medicina em Ciudad del Este, da Universidade Autônoma de San Sebastián, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira, segundo o jornal ADN Político.
Nova medida
No próximo dia 16 de julho, o Cones lançará o Cadastro Único de Estudantes Universitários.
A medida deverá impedir que estudantes que cursam Medicina em faculdades não aprovadas pelo Cones se transfiram, no último ano do curso, para faculdades regulamentadas. Uma prática que Mora classificou como lavagem de diploma.
“Vamos criar uma forma para encurralar quem oferece esses tipos de cursos, para não terem mais como diplomar seus alunos”, enfatizou do presidente do Cones.
Sobre o caso específico de Grazielly da Silva Barbosa, Frederico Mora disse ao ABC Color “que não há registros que indiquem que a brasileira tenha diploma expedido no Paraguai”.