O sucesso econômico do Paraguai se dá em três frentes: na agropecuária, pela diversificação de exportações; na indústria, pela atração de investimentos; e na logística, pela criação de um corredor que criou uma “avenida” para a produção de grãos do Centro-Oeste do Brasil.
Em resumo, estes são os pontos de destaque da palestra que o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, fez nos Estados Unidos, em reunião promovida pela revista Forbes e pela Câmara de Comércio Estados Unidos-Paraguai.
Primeiro, a agricultura. O ministro destacou que, entre 2008 e 2012, as exportações de alimentos do Paraguai somaram US$ 19 bilhões; entre 2013 e 2017, a cifra subiu para quase US$ 30 bilhões, um crescimento de mais de 60%, que incluiu ainda “diversificação e industrialização”.
A agropecuária um dos três “motores” que o governo identificou para fazer o país crescer.
O segundo “motor” é tornar o Paraguai “fábrica da região”. Houve sucesso, até agora. A exportação de produtos manufaturados cresceu 400%, principalmente para os países vizinhos (com destaque para o Brasil, que mais “exportou” fábricas para o Paraguai).
O terceiro “motor” paraguaio, a logística, está fazendo com que o país se converta progressivamente em “hub” regional, com o porto de Concepción como centro da “avenida” que permite escoar a produção graneleira do Centro-Oeste do Brasil pelo Rio Paraguai, “beneficiando ambas as partes”, conforme Gustavo Leite.
O número de barcaças do transporte hidroviário no Paraguai cresceu de 1.600, em 2013, para mais de 2.700.
Reformas
“Os motores estão funcionando”, disse o ministro, e o desafio é dar sustentabilidade a este crescimento. É para isso que o governo adotou medidas econômicas que incluem a Lei de Responsabilidade Fiscal, as alianças público-privadas, a lei de acesso à informação e transparência e – a mais recente – a lei de proteção aos investimentos.
Com as medidas econômicas, o governo conseguiu reduzir proporcionalmente os gastos fixos e aumentar os investimentos em programas sociais, como a construção de moradias. “Construímos e entregamos seis vezes mais casas para as famílias pobres do que os governos anteriores”, disse, mencionando ainda programas de assistência médica e programas de bolsas de estudo para jovens paraguaios.
“Há outras reformas para fazer, mas já demos sinais ao mundo de que fazemos as coisas com seriedade”, disse Gustavo Leite.
E ensinou: “Demonstramos que é possível administrar melhor um país sem aumentar os impostos, que é possível resgatar um país do isolamento e colocá-lo na agenda mundial”. E, ainda, “fazer uma minirrevolução industrial”.
Concluiu o ministro: “O Paraguai é uma joia. Fomos o país mais desenvolvido da América do Sul e almejamos voltar ser, mas sem lutar com ninguém desta vez. Queremos que façam parte disto”.
Nesta fala, quando se referiu à época em que o Paraguai foi “o mais desenvolvido” da região, Gustavo Leite se referiu ao período que antecedeu a guerra em que o país se envolveu contra o Brasil, o Paraguai e a Argentina.