Mudando de conversa…
*Carlos Roberto de Oliveira
Distrair-se com coisas banais e assim fugir da passividade do entretenimento virtual, esta era sua expectativa naquele final de tarde e início de noite de uma quarta-feira, cuja temperatura não estava lá tão ao gosto, pois um friozinho maroto, do qual não era lá muito chegado, combinado com uma chuvinha “molha bobo”, sugeria algo voltado para algum tipo de aquecimento.
As opções não eram muitas e a mais sugestiva, beirando o óbvio, o levou ao sempre socializante boteco.
Menos mal, pensou, um destilado cairia bem, não só para aquecer o corpo como para arejar as ideias.
Feliz com a alternativa sempre oportuna do bar amigo, logo se viu aboletado em uma mesa já com os insumos em tons branco e amarelo devidamente servidos e, logicamente, sendo devidamente sorvidos.
De repente, como que num passe de mágica, o espaço começou a ser tomado por pequenos grupos que o foram tomando e manifestando sua preferência clubística, foi quando lhe caiu a ficha, era o futebol em toda sua plenitude.
Sinceramente, por aquela não esperava, até porque, se esquecera que seu time de coração seria o adversário, naquela noite, do time cuja torcida se fazia presente de forma exageradamente majoritária no ambiente.
Até aí, tudo bem, e não era isso que o incomodava, e sim o narrador, que juntamente com o comentarista, levados por um regionalismo provinciano, deitavam falação em que, pelo que davam a entender, só um time jogaria.
À medida que o tempo passava, porém, uma inquietação começava a tomar conta de grande parte dos até então entusiasmados torcedores do time da mídia esportiva que, apreensivos, não escondiam seu desespero.
E tinha sentido, pois de repente, o gol, logo sem seguida outro e mais um, três ao todo.
O silêncio foi total, só se ouvindo do comentarista que no templo do futebol havia passado um FURACÃO, cuja origem era lá da terra das araucárias.
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário da área de logística em Foz do Iguaçu