Na tribuna da Câmara, Inês revela que sofreu agressões do marido durante 13 anos

Vereadora Inês Weizemann. Foto: CMFI

A vereadora Inês Weizemann falou hoje (07), na sessão da Câmara Municipal, dos doze anos de criação da Lei Maria da Penha. Para ela, não é uma data a ser comemorada e sim, uma conquista das mulheres vítimas de violência.

“Eu mesma fui vítima de violência doméstica durante 13 anos da minha vida. Meu marido, na época, quebrava as coisas em casa, chutava as portas e usava qualquer objeto que tinha por perto para me agredir. Ele também me batia e quem me ajudava a limpar o sangue e chegou a me acompanhar até o pronto-socorro algumas vezes, era o meu filho mais velho, que acompanhou tudo o que aconteceu”, contou.

Inês citou o caso da advogada morta em Guarapuava e falou que assim como ela, há milhares de vítimas de violência. Muitas permanecem caladas. “Eu vi as imagens da advogada sendo agarrada dentro do elevador e me vi naquela cena, tentando fugir de algo que era maior e mais forte que eu”, disse Inês.

A vereadora lembrou que por várias vezes buscou a polícia e registrou queixas, mas quando chegava em casa, encontrava o marido que voltava a fazer ameaças. Para Inês, além dos casos que são divulgados, há muitos que nem chegam a ser registrados porque as vítimas não encontram coragem para enfrentar o problema. “Como vítimas, nós acabamos acreditando que somos as culpadas. Às vezes, a falta de açúcar no café já pode servir de motivo para o agressor”, lembrou Inês.

Weizemann também disse que é difícil para as mulheres buscarem proteção em casas de abrigo. “É difícil a gente, vítima, ter de sair de casa com os filhos, carregando apenas algumas roupas, para parar de apanhar”, afirmou.

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Liberdade
Há 11 anos Inês conseguiu o divórcio que, segundo ela, foi o que realmente a libertou, embora o primeiro marido tenha ido embora bem antes disso. “Por causa de tudo o que passei, posso dizer, sem vergonha nenhuma, sem culpa nenhuma, que é preciso ter mais atenção com as vítimas de violência doméstica. Por muito tempo eu senti vergonha, me senti culpada, e só de uns tempos pra cá é que tive consciência de que só o fato de eu estar viva, já é um motivo pra usar essa experiência para falar desse problema que infelizmente ainda atinge muitas mulheres. Mulheres que precisam de ajuda”, afirmou Inês.

Fonte: Assessoria de Imprensa da vereadora

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