Não deu pro Hexa…
Por Carlos Roberto de Oliveira
Ah, tempos outros em que as emoções geradas pelo futebol reservavam, normalmente, as tardes de domingo para senti-las e vivenciá-las, fosse em um campo da várzea ou em um estádio.
Nessa época, quando as jogadas individuais eram executadas com a elegância e a plasticidade que o futebol proporciona, vibrava-se com uma “bicicleta”, um “chute de três dedos”, um “chapéu” seguido de um “drible desconcertante” ou um passe de “letra”, movimentos esses que bem caracterizavam a irreverência do jogador brasileiro e que tanta alegria e encantamento ofereciam.
Esta forma espontânea e marota de praticar um esporte tido como violento, deu ao brasileiro uma distinção única, a de ser conhecido no mundo como o país do futebol arte.
E com esta brejeirice o futebol brasileiro foi galgando espaços a ponto de, superado o trauma do “maracanaço” de 1950, ocupar o topo do futebol mundial, tornando-se seu maior campeão.
O tempo foi passando e o deslumbramento foi tomando conta de muitos brasileiros que se enlevavam pela magia do futebol.
E daquelas esperadas tardes de domingo, quando além do futebol havia a opção de ser feliz, mesmo que o time do coração perdesse, restou uma lacônica justificativa de que “perdemos, sim, mas vamos levantar a cabeça, trabalhar e partir para outra”.
E neste diapasão, uma partida de futebol, atualmente, cuja duração é de 90 minutos, passou a ter horas, dias e até semanas sendo discutida em cenários de engravatados que insistem em uma cultura inútil de um futebol que se perdeu pela erudição…
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu