O desmame sempre dói
Como nos filmes de faroeste em que os caubóis atiram primeiro e perguntam depois, a grande imprensa (leia-se principalmente Organizações Globo, Folha de S. Paulo e Estadão) ignorou o dever de realizar uma apuração correta sobre a compra das latas de leite condensado pelo Palácio do Planalto e já saiu fabricando levianamente mais um falso escândalo contra Bolsonaro, desmontado logo em seguida pela revelação de que o produto destina-se a todos os órgãos da administração federal e não para o consumo pessoal e familiar do presidente, notório apreciador da iguaria.
O episódio é mais uma prova irrefutável de que os barões da velha mídia, inconformados com a drástica redução, determinada pelo governo, das gordas verbas publicitárias que recebiam da União, esquadrinham com lupa todos os atos do poder executivo com o único propósito de encontrar deslizes (ou inventá-los) que possam levar a um processo de impeachment para derrubar o presidente ou, no mínimo, desgastar a sua imagem para tentar diminuir as chances de sua provável reeleição em 2022.
É uma pena que não tiveram o mesmo empenho em fiscalizar com igual esmero os quase dezesseis anos dos governos de Lula e Dilma.
Teriam descoberto, talvez até sem precisar da Operação Lava Jato, o vasto esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais, impedindo que os cofres públicos fossem impiedosamente saqueados pela organização criminosa que comandava o país na época.
Certamente tinham bons motivos para permanecer de boca fechada.
Caio Gottlieb
Opinião
Se o desmame sempre dói, a verdade, para alguns, também.