Os estrangeiros que visitam o Paraguai e experimentam a sopa paraguaia estranham o fato de ela não ser líquida e sim, sólida. O alimento é feito com farinha de milho, muito queijo, leite e ovos.
Ontem (23), o prato, que é um dos mais tradicionais do país, foi protagonista de uma matéria publicada pelo The New York Times, com o título: “Que erro delicioso levou à criação deste prato nacional?”
O artigo afirma que “todos concordam que a sopa paraguaia, um pão de milho cremoso, é única, mas os historiadores debatem se a criação foi ou não uma questão de sorte”.
Para descobrir a origem do alimento foram coletados depoimentos de profissionais paraguaios e de historiadores gastronômicos radicados nos Estados Unidos, onde vivem atualmente cerca de 30 mil paraguaios.
“Pode ser um desafio para os cozinheiros garantir que a textura úmida do pão permaneça a mesma ao utilizar ingredientes dos Estados Unidos”, afirmaram.
Sobre esse assunto, Nancy Ojeda, proprietária do restaurante I Love Paraguai, que fica no Queens, elogiou o fato de muitos de seus compatriotas até chorarem ao sentir o sabor da sopa paraguaia servida no local. “Eles não conseguem acreditar”, disse.
E a origem da sopa paraguaia?
Quanto à origem do prato, a matéria informou que existem várias versões e todas com um denominador comum: que a criação remonta a meados do século XIX, quando Carlos Antonio López era presidente do Paraguai.
“A sopa de milho era frequentemente servida no almoço. Mas um dia o chef do presidente se empolgou com a farinha de milho e colocou demais. Na tentativa de preparar o prato, o chef colocou a sopa no forno e serviu ao presidente como broa de milho. O dirigente gostou tanto do pão que o declarou prato nacional e o chamou de sopa paraguaia”.
Foi isso que Bridget María Chesterton, professora de história da Universidade Estadual de Buffalo, apontou. Quanto à primeira versão da receita, há indícios de que tenha sido publicada em um livro de receitas de 1931, escrito por Raquel Livieres de Artecona.
Já a versão da paraguaia Liliana Rodas de Araújo, destacou que o pão já era assado há muitos anos, bem antes do erro do chef presidencial. Rodas de Araújo disse que os indígenas provavelmente usaram milho nativo e assaram um tipo de pão semelhante quando aprenderam sobre laticínios com os colonos espanhóis.
Rodas é a proprietária do Café Guaraní, que foi aberto em 2019 em Pacific Grove, na Califórnia. Segundo o The New York Times, ela sempre serviu a sopa, mas ajusta a receita constantemente.
Com informações do Última Hora