Itaipu apareceu – e bem! – nas reportagens. Na quinta, 27, o JN mostrou que Itaipu produziu até um avião elétrico.
Ontem, sexta (27), mais uma vez a participação de Itaipu foi fundamental para a quarta reportagem. Se você não assistiu, leia abaixo o texto completo.
E observe que Itaipu entra com um dado importante: a questão das baterias. A usina está produzindo uma bateria de sal, cuja maior vantagem é ser reciclável.
Confira o texto, reproduzido do Jornal Nacional pelo G1. As imagens utilizadas ao longo do texto são reproduzidas do vídeo da Rede Globo.
O Brasil tem hoje cerca de 300 carros movidos só a eletricidade. É pouco porque eles ainda são muito caros. Na quarta reportagem da série especial, o André Trigueiro explica essa e outras barreiras que os carros elétricos enfrentam.
A bateria é a parte mais importante e mais cara de um carro elétrico. É ela que permite que o veículo se movimente sem emitir fumaça nem fazer ruído. A questão é o que fazer depois que a vida útil da bateria termina, um problema parecido com o dos celulares e smartphones.
Normalmente, as pessoas jogam fora no lixo, mas as baterias, tanto as dos celulares quanto as dos carros elétricos, são feitas de metais pesados, que podem causar problemas à saúde e ao meio ambiente. A má notícia é que ainda não há tecnologia barata e acessível para resolver esse problema.
“As baterias muitas vezes são captadas pelas montadoras quecomercializam esses veículos e são reexportadas. Algumas vão para a Bélgica, para a Alemanha, onde são desmontadas, os metais separados e reciclados. Tem um custo que precisa ser colocado também dentro da conta do investimento que as empresas estão fazendo para popularizar essa tecnologia”, explica Thiago Sugahara, vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
O Brasil desenvolve a bateria de sal.
“Nós identificamos uma tecnologia que era pouco explorada no mundo. Ela é 100% reciclável e ela é reciclável a baixo custo. Apenas 1% do valor da bateria é necessário para reciclar a bateria. Então isso é um ponto forte”, afirma Celso Novais, coordenador brasileiro do Programa Veículo Elétrico/Itaipu.
Mas o laboratório da usina de Itaipu quer ir mais longe.
“Uma bateria de sódio flat. É uma coisa nova que permite reduzir o preço da produção da bateria em um terço, e isso facilita muito mais uma entrada no mercado”, disse Novais.
Falando em mercado, o Brasil segue na contramão dos carros elétricos. Ainda não há fábricas e quem decide comprar paga muito caro por isso, a partir de R$ 190 mil.
A carga tributária é alta. Carros 100% elétricos não pagam imposto de importação, mas pagam IPI – o imposto sobre produtos industrializados – de 25%.
Só seis estados brasileiros dão isenção de IPVA: Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Ceará e Piauí. Três têm uma alíquota menor: Rio de janeiro, São Paulo e Alagoas.
O número de carros elétricos no país ainda é pequeno. Pouco mais de 300, sem contar os modelos híbridos, segundo a Agência Internacional de Energia Elétrica.
“A nossa expectativa é que para os próximos anos isso aumente mediante uma provocação que a própria ABVE vem fazendo junto ao governo para tornar esses veículos mais acessíveis com a redução de tributos e políticas de fomento. É uma questão de definição de prioridades, não é que tipo de carro a gente quer ter hoje, mas que tipo de carro nós gostaríamos de ter daqui para a frente, sendo também produzido, não só comercializado, no mercado brasileiro”, disse Sugahara.
E se a produção de carros elétricos crescer no Brasil? Qual será o impacto disso sobre outros setores da economia como a indústria de autopeças e combustíveis?
“No setor de autopeças é a discussão que a gente precisa fazer agora. O Brasil precisa se preparar para a chegada dessa tecnologia para que novos fornecedores possam trazer motores, baterias e outros conjuntos no médio e longo prazo”, disse Sugahara.
“É um caminho sem volta. Não adianta querer continuar investindo em máquina fotográfica com filme quando já tem a digital. Só se você quiser abrir um museu. É melhor ser protagonista e preparar a comunidade, treinar pessoas, do que você tentar lutar contra”, conclui Celso Novais, do Projeto Veículo Elétrico/Itaipu.