Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Foz do Iguaçu é o terceiro mais violento do Paraná, com 46,2 assassinatos a cada 100 mil habitantes, segundo o 12º Anuário de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (9), em São Paulo, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No Estado, a violência só é maior em Almirante Tamandaré (alarmantes 88,5 mortes por 100 mil habitantes) e São José dos Pinhais (50,9 mortes), ambos na Região Metropolitana de Curitiba.
Na lista desses municípios, São Paulo e Santa Catarina se destacam como os estados que têm o maior número dos que registram menores índices de violência. Do Paraná, só Maringá, em 39º, aparece na lista dos 50 menos violentos.
Foz do Iguaçu, que tem índice bem superior à média brasileira (30,8), sempre teve altos índices de assassinatos, mas o Mapa da Violência deste ano mostra que o número cresceu, em relação a anos anteriores, a exemplo do que aconteceu no Brasil.
Violência no Paraná
A ordem dos municípios paranaenses mais violentos, depois de Foz do Iguaçu, segue assim:
Paranaguá – 40,2 mortes por 100 mil habitantes
Campo Largo – 38,2
Curitiba – 31,7
Cascavel – 29,1
Guarapuava – 29
Ponta Grossa – 25,2
Londrina – 24,6
Apucarana- 19,8
Toledo – 18,7
Umuarama – 14,7
Maringá – 12,2
O único grande município paranaense que mais se aproxima do índice tolerado pela Organização Mundial da Saúde – 10 mortes a cada 100 mil habitantes – é, portanto, Maringá.
Umuarama está com o mesmo índice da cidade de São Paulo, 14,7, onde o índice de homicídios vem caindo nos últimos anos.
Mais que o Rio
O Rio de Janeiro, apesar de toda a violência, tem índice inferior às cinco cidades paranaenses com maior volume de assassinatos (Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Paranaguá e Campo Largo. O Rio ostenta o índice 34,9.
O Atlas da Violência relaciona os índices de homicídios com vários fatores. Na educação, mede o atendimento escolar. Foz aparece com 25,56% de crianças de zero a 3 anos atendidas por escolas e com 84,18% dos jovens de 15 a 17 anos.
A renda per capita dos 10% mais pobres de Foz é de R$ 247,00, enquanto a porcentagem de crianças pobres é de 13% e a de crianças vulneráveis à pobreza de 35,1%.
A taxa de desocupação da população de 15 a 17 anos é de 29,8% e a de desocupação entre 18 e 24 anos é de 12,9%.
A porcentagem de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis à pobreza é de 6,87%.
Maringá
Maringá, na lista das cidades com 100 mil habitantes menos violentas do Brasil, tem índices bem diferentes:
47% das crianças com zero a 3 anos estão na escola; 85,7% dos jovens de 15 a 17 anos estudam; a renda per capita dos 20% mais pobre é de R$ 351,70; o número de crianças pobres é de 6,7% e o de crianças vulneráveis a pobreza é de 12,2%.
A taxa de desocupação de maringaenses com idade entre 15 e 17 anos é de 24,9%, enquanto na idade entre 18 e 24 anos é de 9,8%.
Já a porcentagem de pessoas que não estudam nem trabalham, em Maringá, e são vulneráveis à pobreza, é de apenas 1,9%.
NO BRASIL
Leia agora a matéria da Agência Brasil sobre a situação no país:
Brasil bate recorde de mortes violentas em 2017
Foram 63.880 casos, o equivalente a 175 por dia
Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil São Paulo
Apenas em 2017, o Brasil registrou 63.880 mortes violentas, o maior número de homicídios da história recente do país. Os dados indicam que foram assassinadas 175 pessoas por dia, registrando elevação de 2,9% em comparação a 2016. A taxa é de 30,8 mortes para cada 100 mil habitantes.
Os dados fazem parte do 12º Anuário de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (9), em São Paulo, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O Rio Grande do Norte (68) registrou a maior taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes, seguido por Acre (63,9) e Ceará (59,1).
As menores taxas estão em São Paulo (10,7), seguido de Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal (18,2).
De acordo com o levantamento, o número de homicídios dolosos cresceu 2,1%, ao atingir os 55.900. As lesões corporais seguidas de morte totalizaram 955, com crescimento de 12,3%. Já os latrocínios caíram 8,2% e foram 2.460.
Violência policial
O número de policiais mortos reduziu 4,9%, chegando a 367. Na contramão, o número de pessoas mortas em intervenções policiais registrou aumento de 20%, com 5.144 casos em 2017.
Violência contra a mulher
Os indicadores mostram ainda que os estupros aumentaram 8,4%, chegando a 60.018. Os casos de feminicídio totalizaram 1.133.
Em 2017 foram registrados 221.238 casos de violência doméstica, uma média de 606 por dia. Também houve crescimento no número de mulheres vítimas de homicídio (6,1%), chegando a 4.539.
Armas de fogo
No ano passado, foram apreendidas 119.484 armas de fogo. Dessas, 94,9% não eram cadastradas no sistema da Polícia Federal (Sinarm). Entre as armas legais apreendidas, 13.782 tinham sido perdidas, extraviadas ou roubadas – o que equivale a 11,5% das armas apreendidas no período.
Desaparecimentos
Os dados do estudo contabilizam 82.684 registros de pessoas desaparecidas apenas em 2017.
População carcerária
De acordo com o anuário, a população carcerária brasileira era de 729.463 pessoas em 2016 – 689.947 no sistema penitenciário e 39.516 sob custódia das polícias. O estudo mostra ainda o déficit no sistema prisional que contava com 367.217 vagas, o que resulta em duas pessoas presas para cada vaga.