Medidas que seriam ambientalmente corretas: suspender ampliação da propriedade para evitar desmatamento; proteger os rios da região para evitar que agrotóxicos causem danos à natureza e às pessoas. Decisões tomadas não por consciência ecológica, mas por medo de perder um filho.
É isto o que anuncia a família de menonitas que teve um de seus integrantes, Abrahán Fehr, sequestrado pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP), um grupo guerrilheiro que atua no norte do país, cuja ideologia é uma mescla de anarco-comunismo e ambientalismo radical.
A família concedeu entrevista coletiva na terça-feira, 3, para dizer que está disposta a submeter-se a todos os pedidos feitos pelo EPP. “Não temos os meios econômicos para oferecer dinheiro, mas estamos cumprindo as leis revolucionárias do EPP”, anunciou a família, implorando ao grupo que ofereça ao menos uma prova de que o sequestrado ainda está vivo.
O temor da família faz sentido: o grupo criminoso já torturou e matou muitas pessoas, sem que as autoridades paraguaias consigam chegar até eles. E, segundo consta, não passam de cem pessoas, que atuam no norte do país, uma região ainda pouco habitada.
O EPP já sequestrou e conseguiu resgates; já sequestrou e matou; já atacou propriedades e matou empregados; já cometeu os mais diversos tipos de atentados; e mantém em cativeiro quatro pessoas, entre outras infâmias.
E o governo, embora exista uma força tarefa para combater o EPP, até agora não conseguiu sequer saber o tamanho deste grupo nem explicar como, tendo todos os recursos modernos para combater o EPP, até agora nada conseguiu.