No shopping, sábado à noite: um bate-papo sobre equidade de gênero

Da esquerda para a direita, Thaíse Thomé, Elizangela de Paula Kuhn, Andréa David (assessora do shopping), Patrícia Iunovich e Caroline Bueno. Foto: Kiko Sierich

Falar sobre equidade de gênero num shopping? Parece estranho, mas funcionou. Em plena noite do sábado, 10, quatro profissionais de destaque participaram de um bate-papo no “lounge” do Cataratas JL Shopping.

O encontro reuniu Elizangela de Paula Kuhn, sócia da De Paula Contadores; Caroline Bueno, gerente-geral da RPC em Foz; Thaíse Thomé, presidente da Comissão da Mulher da OAB; e Patrícia Iunovich, superintendente de Comunicação Social de Itaipu.

Como mediadora, Andréa David, assessora de imprensa do Cataratas JL.

Cada uma falou sobre o que pensam da equidade, dos avanços nessa área e do que a mulher ainda precisa fazer para que a igualdade de gêneros um dia seja realidade.

Embora discordassem em alguns pontos, na questão principal todas são unânimes: ainda falta muito para a equidade, o que exige da mulher mais participação na política e em entidades hoje quase restritas ao mundo masculino.

Para mostrar como a luta da mulher está longe de chegar ao fim, Patrícia ilustrou com um caso que vivenciou.

Um professor de MBA, paulistano, branco, de classe média, contou aos alunos de Foz que estava revoltado porque a faculdade de seu filho, em São Paulo, iniciou as aulas com palestras sobre equidade de gênero e de combate ao preconceito racial.

O professor de MBA se indignou porque, segundo ele, no Brasil não há preconceitos. E falou isso para uma turma de 53 alunos, todos brancos, de classe média. Entre eles, só dez mulheres.

Quer dizer, a falta de equidade entre raças e gênero saltou aos olhos dele, mas o professor só vê o que quer, do alto da sua herança cultural de classe média bem instalada na vida social do Brasil.

Elizangela lembrou que a mulher só conseguirá a equidade quando não for mais preciso fazer bate-papos em shopping centers.

Por enquanto, todo espaço é necessário para divulgar esta luta que, no entender das participantes, este ano ganhou uma campanha mais baseada na empatia do que no confronto. É preciso que os homens se ponham no lugar das mulheres para entender aquilo que elas vivenciam, na vida profissional e pessoal.

Só mulheres: as participantes do bate-papo e as organizadoras do evento. Foto: Kiko Sierich
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