Pinçados aqui e ali, no noticiário e nas redes sociais, fatos da semana que passou, em Foz do Iguaçu e na fronteira, que são de corar de vergonha.
Mais imposto
O primeiro, claro, é o aumento da alíquota do Imposto sobre Serviços, projeto do prefeito Chico Brasileiro prontamente aprovado pela Câmara de Vereadores, por 11 a 3. Vale destacar os que foram contra: Celino Fertrin, Dr. Brito e Elizeu Liberato.
A Acifi disse o óbvio sobre o aumento da alíquota (o óbvio, aqui, não é ululante, porque cai em ouvidos moucos): “Antes de aumentar impostos, é preciso combater de verdade a informalidade e ajustar as contas públicas com redução de despesas”.
Derrota do bom senso. Sentimento de vergonha generalizada.
Propaganda enganosa
Ali do outro lado, em Ciudad del Este, a vergonha de doer foi da loja de Auto-serviço Gran America. Com a maior cara de pau, a loja anunciou a venda de aparelhos de ar condicionado por apenas U$ 49,99. Com o devido alerta: cada pessoa só poderia adquirir uma unidade.
Quando as portas da loja abriram, cedinho, havia uma multidão – a maioria iguaçuenses. Aí, a informação que mata de vergonha o bom lojista: o “estoque” à venda era apenas de cinco aparelhos. Sim, cinco. Só não houve depredação generalizada porque o iguaçuense é muito bonzinho.
Mais vagas
A semana também marcou o início da destruição do canteiro central da Avenida Silvio Américo Sasdelli para criar novas vagas de estacionamento, atendendo ao que pedem os comerciantes.
Tudo bem que aquilo ali vai ficar um horror. Mas um morador disse que as árvores do canteiro central “não prestam pra nada”. Se este é o sentimento geral dos moradores da Vila A, bom proveito com as novas vagas.
Mas dá vergonha de se gastar dinheiro (não é muito, porque os comerciantes ajudaram) com um projeto tão chinfrim, que, a propósito, está na contramão do que acontece em cidades civilizadas.
Em Curitiba (que não é tão civilizada assim), moradores conseguiram evitar a construção de um hipermercado numa área com mata. Querem um parque. E provavelmente vão conseguir, tal a gritaria.
O Sul
Pra fechar, vergonha do apoio que boa parte dos moradores do Oeste paranaense dão ao movimento O Sul é meu País, criado lá em Passo Fundo e que pretende separar os estados do Sul do restante do Brasil.
Como se aqui não tivéssemos as mesmas mazelas do “lado de cima”, a começar pela corrupção.
A briga deveria ser por melhorar a representatividade dos estados, por fazer funcionar de fato uma federação e para que a República corrigisse seus rumos.
Porque o Sul, se virar um país, um dia, continuará igualzinho ao que é o Brasil inteiro – uma tragicomédia.