Nova denúncia de achaque contra brasileiros por policiais de Ciudad del Este

Foto: Vanguardia

Lembra aquela história que o Não Viu? trouxe, de um turista brasileiro que foi roubado por policiais de Ciudad del Este?

Pois é, depois que a denúncia foi publicada, inicialmente pelo Diário Vanguardia, de Ciudad del Este, uma família de Foz do Iguaçu criou coragem e procurou as autoridades paraguaias para contar que também foi vítima dos policiais bandidos.

Este último caso envolve um iguaçuense com deficiência física, sua mulher e dois filhos menores, de 7 e 10 anos, que ficaram detidos durante seis horas em uma sala da delegacia. Os policiais ameaçaram que, se não pagassem R$ 15 mil, o marido seria acusado de porte de cocaína, de armas “e até do diabo”, como disse um dos achacadores.

Os bandidos acabaram aceitando R$ 4.300, dos quais R$ 2.500 receberam por meio de depósito em uma conta bancária que passaram às vítimas. O caso ocorreu na terça-feira passada, dia 14.

Com base nesta nova denúncia, segundo o Vanguardia, a promotora Estela Marys Ramíres pediu a detenção preventiva dos policiais, na Agrupação Especializada, em Assunção.

A promotora, acompanhada pelo juiz penal de garantias Carlos Veras, foi verficar a delegacia, depois de pedir às vítimas para descreverem as instalações e a sala onde ficaram detidas.

O comissário principal Gustavo Vera e os suboficiais Adolfo Fernández, Armando Sanabria e Víctor David Sanabria Gauto, já processados pelo caso de extorsão contra um turista brasileiro, foram levados para reconhecimento pelas vítimas. O chefe de polícia foi identificado pelos iguaçuenses como o que comandou a extorsão.

A mulher, que pediu ao Vanguardia para ser preservada a identidade dela e do marido, por medo de represálias, contou como o caso aconteceu.

Ela disse que na terça-feira bateu seu carro contra o passeio central da Avenida Luis María Argaña e, como precisava buscar o filho na escola, tomou um táxi. O marido ficou no carro.

Quando ela voltou, o marido já estava preso na delegacia. Foi quando o chefe depolícia pediu R$ 15 mil para soltá-lo ou ele seria incriminado.

“Quando fui a Foz para trazer parte do dinheiro que pediram, mandaram um mototaxista me seguir, para conhecer o endereço de minha casa”, contou.

Além do dinheiro, os policiais ainda furtaram do carro da família três pneus, um óculos e um extintor. Na delegacia, foi encontrado um dos pneus.

A promotora pediu a prisão dos quatro policiais e solicitou ao diretor de Polícia de Alto Paraná que convocasse todo o pessoal que estava de serviço naquele dia. No entanto, a maioria deles não se apresentou à delgacia para reconhecimento, porque supostamente estavam em viagem, conta o Vanguardia.

O outro caso

O Vanguardia lembra que o achaque contra outro turista brasileiro foi na quarta-feira passada, quando agentes da delegacia disseram que ele levava armas numa bolsa. O turista disse que eram celulares, que comprara para vender no Brasil, mas exigiram R$ 2.500 para que fosse libertado.

Quando a promotoria fez buscas na delegacia, apreendeu com o chefe de polícia uma bolsa com 7,8 milhões de guaranis (cerca de R$ 5,3 mil), R$ 200 e mais US$ 200. A apreensão equivaleria à soma do que foi “arrecadado” nos dois golpes.

Leia a notícia original no Vanguardia:

 

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