Em números absolutos, Foz do Iguaçu é a segunda cidade mais violenta do Paraná: foram 58 homicídios dolosos (com intenção de matar) de janeiro a setembro, enquanto em Curitiba foram registrados 238.
Proporcionalmente, em relação à população, Foz fica na frente da capital.
Pra comparar, Cascavel, com população superior à de Foz, teve 38 homicídios nos nove primeiros meses do ano.
Mantida a média de mais de 6 pessoas assassinadas por mês, Foz deve fechar 2018 com um número de homicídios superior ao registrado em 2017, quando houve 73 assassinatos.
Mas, com otimismo, pode ser que o registro seja menor, já que em agosto e setembro foram registradas duas e três mortes, respectivamente.
A tendência de queda no número de crimes de morte em Foz do Iguaçu vem sendo registrada nos últimos cinco anos. Em 2016, por exemplo, houve 98 homicídios, número que caiu para os 73 registrados em 2017.
Mas, se o número de homicídios for igual ou superior a 2017, Foz estará na tendência inversa do que acontece no Paraná, onde houve queda de 13,4% de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2017 foram 1.691 registros, contra 1.464 em 2018.
Relatório
Dos 399 municípios do Paraná, 43% (172) não registraram homicídios de janeiro a setembro deste ano, e 29,5% (118) registraram apenas um ou dois homicídios no período.
Os números foram divulgados pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Para o secretário estadual da Segurança Pública, Julio Reis, um dos motivos desta importante redução criminal é a integração entre todas as forças de segurança do Estado.
Segundo ele, um conjunto de fatores contribuiu: policiamento ostensivo mais eficiente, mais ênfase na atuação da Polícia Militar, aperfeiçoamento no trabalho de investigação feito pela Polícia Civil, Policia Científica com novos médicos legistas que foram contratados este ano, novos IMLs, como o de Curitiba.
De acordo com o relatório de crimes relativos a mortes elaborado pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape), a 20ª Área Integrada de Segurança Pública, com sede em Londrina, foi a que registrou maior redução em todo o Estado – 55,6% (foram 115 homicídios de janeiro a setembro de 2017, contra 51 casos durante o mesmo período neste ano).
Somente no município de Londrina a redução foi ainda maior, de 60%: em 2018 foram 34 homicídios, e em 2017 foram 86, resultando em 52 casos a menos no período.
O delegado-geral da Polícia Civil, Naylor Robert de Lima, disse que a queda nos índices se deve também aos investimentos do governo do Estado para a segurança pública.
“Com relação à Polícia Judiciária, acreditamos que o reflexo direto nos bons números é decorrente dos estímulos aos policiais civis que sentiram a boa intenção do governo do Estado na estruturação na área investigativa de homicídios”, disse.
Ele citou também a criação da Divisão de Homicídios na Capital, delegacias de Homicídios nas maiores subdivisões do interior do Estado e demais investimentos, entre os quais, talvez o principal, na capacitação do profissional da área.
A tendência de queda também pode ser analisada nas regiões de Cascavel (-36,2%), Apucarana (-29,4%), Francisco Beltrão (-28,5%), União da Vitória (-26,6%), Toledo (-25,5%) e Rolândia (-21,8%).
Menos mortes
Em toda a Região Metropolitana de Curitiba, que corresponde à 2ª AISP, ocorreram 70 homicídios a menos do que no ano anterior. Nos três primeiros trimestres de 2017 foram 379 registros e no mesmo período deste ano foram 309, uma redução de 18,4%.
O município de São José dos Pinhais apontou queda de 39% (31 homicídios a menos durante o período).
A comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, atribui a redução dos homicídios e da criminalidade, em todas regiões do Estado, também ao trabalho árduo dos militares estaduais que dia e noite patrulham as ruas, prevenindo crimes e realizando prisões e apreensões.
“O mais importante é a segurança dos cidadãos, pois é para eles que trabalhamos cada minuto”, afirmou.
No Litoral do Estado, houve aumento de 5% no número de homicídios. Foram registrados quatro homicídios a mais em 2018 do que no período de janeiro a setembro do ano passado.
Na capital do Estado a queda foi de 15%, que em números absolutos mostram 42 ocorrências a menos que em 2017 (de janeiro a setembro de 2017 foram 280, e em 2018 foram 238).