O “cãodidato”
*Por Carlos Galetti
Inicialmente, é necessário que se estabeleça a diferença, para que não fique nenhuma dúvida: o “cãodidata” é o cão sábio, quase sempre com mestrado/doutorado; enquanto que o “cãodidato” é aquele que aparece a cada dois anos.
O primeiro nos traz ensinamentos, o segundo somente dúvidas e falsas promessas. Tudo isso só vem nos lembrar que as eleições estão chegando e com estas os horários eleitorais, as promessas mirabolantes…
Não pensem, por favor, que estou sendo depreciativo ou ofensivo aos cães. É somente uma maneira de buscar a visualização perfeita desse personagem raríssimo que a cada tempo povoa nosso dia a dia.
Hoje fui ao mercado, não posso dizer que me tomou a surpresa ao receber um tapa nas costas, acompanhado de sorriso característico de anúncio de dentifrício. Era um cãodidato a vereador, muito desinibido, ciente das informações a serem passadas.
Foi um diálogo até interessante, me inundava de informações, enquanto eu, ainda um pouco assustado, tentava absorver e entender o que propunha, no caso de ser eleito.
Perguntei seu nível de estudo, ao que respondeu ter o sétimo grau completo; quis saber o que pretendia na Câmara de Vereadores, ao que disse pretender encher de obras a nossa cidade, melhorando a circulação viária, demonstrando assim completo desconhecimento da missão do cargo que pleiteava e, quando nos indispomos, somos taxados de preconceituosos, reacionários e por aí vai.
Já que eles não criam artifícios que melhorem o cabedal dos candidatos, cabe a nós, cidadãos preocupados com os destinos do nosso lugar, estudarmos propostas e selecionarmos aqueles que terão a honra de nos representar.
Temos que fazer parte desse processo, deixar de sermos apolíticos, lutarmos pelos nossos destinos e anseios.
Evitar os “cuecados” que nos desonram.
Ou RE…CU…SAR os mal intencionados, que usam qualquer lugar para esconder as coisas.
*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.