O que nos reserva a moda pós-pandemia?

 Coleções não precisam ser tão extensas, roupas não precisam combinar tanto e sempre é possível criar algo novo reciclando materiais

Foto ilustrativa: Pixabay

O que nos reserva a moda pós-pandemia?

*Por Clarina Gomes Santos

Todos os grandes acontecimentos globais que marcaram a humanidade também definiram o rumo da indústria da moda – isso é fato. Quantas mudanças foram provocadas pela pandemia, quantos desafios surgiram para pessoas e empresas, em diversas escalas, e também quantos aprendizados tivemos – e seguiremos em pandemia até a vacina chegar para todos.

Também notamos uma bem vinda mudança em torno da questão de representatividade na publicidade

Do lado humano, vimos uma mudança de tom de voz em prol de uma conversa mais solidária por parte de muitas marcas, tanto das pequenas quanto das grandes – outros não se adaptaram ao novo consumidor, demoraram para agir e fecharam as portas quando a crise do coronavírus explodiu.

Também notamos uma bem vinda mudança em torno da questão de representatividade na publicidade.

Uma coisa é certa: esta pandemia serviu para muitos reverem os seus hábitos de consumo e ajudou todos a se conscientizarem melhor a respeito do meio ambiente e outras questões relacionadas a causas sociais, ativismo, etc.

Mesmo que cada especialista da indústria da moda tenha sua própria visão sobre o mundo e as tendências do mercado, muitos estão entrando em consenso a respeito de suas opiniões sobre o futuro da moda pós-pandemia, onde a ideia central é de que menos é mais e conforto é prioridade.

Algumas das indústrias acreditam que o fator ambiental será algo decisivo e dominante nas peças de vestuário dos anos que virão. Após testemunharmos tantos desastres causados pelas alterações climáticas, espera-se que os grandes estilistas decidam lançar roupas que favoreçam o meio ambiente, que não colaborem com a exploração de recursos naturais e ainda consigam transmitir a ideia de conscientização.

Outro ponto importante que ganhou notoriedade nesse período foi a predominância do mercado virtual que acabou favorecendo os varejistas menores

Outro ponto importante que ganhou notoriedade nesse período foi a predominância do mercado virtual que acabou favorecendo os varejistas menores, porque muitas grifes não estavam preparadas para oferecer uma plataforma de vendas tão eficaz quanto suas vendas em lojas presenciais e este será outro fator que continuará firme e forte após a pandemia, garantindo o sucesso de quem já vende online e forçando uma adaptação para aqueles que ainda não entraram de cabeça nisso.

Isso dá muito mais liberdade para todos se vestirem da forma como acharem melhor e criarem novas tendências, principalmente se tratando de roupas femininas.

Coleções não precisam ser tão extensas, roupas não precisam combinar tanto e sempre é possível criar algo novo reciclando materiais.

Todos esses fatores vêm causando um impacto muito grande entre várias grifes e estilistas, que, graças a todos os desafios impostos pela pandemia, estão percebendo que não é preciso seguir tantas regras para fazer moda.

Coleções não precisam ser tão extensas, roupas não precisam combinar tanto e sempre é possível criar algo novo reciclando materiais.

Essas são algumas das lições que a pandemia de Covid-19 ensinou para os profissionais da moda e que provavelmente vão moldar as próximas linhas de roupa que veremos no mercado.

*Clarina Gomes Santos é empreendedora de moda em Foz do Iguaçu

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