Estes pássaros você já não vai encontrar nas (poucas) matas do Paraná: jaó, codorninha, pato-mergulhão, miraçu, pararu-espelho, cuitelão, pica-pau-de-cara-canela, chorozinho-de-chapéu-preto, limpa-folha-do-brejo e pula-pula-de-sobrancelha.
Estas espécies são consideradas regionalmente extintas, segundo decreto publicado no Diário Oficial do Estado que atualiza a Lista Vermelha das Aves Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná.
E sabe quem foi responsável pelo levantamento, conforme convênio com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e o Instituto Ambiental do Paraná? O Parque das Aves, aqui de Foz do Iguaçu. O trabalho durou um ano.
“O trabalho foi desenvolvido com muita qualidade e em tempo recorde, um modelo a ser seguido pelos demais segmentos da área ambiental do Estado, onde Governo e iniciativa privada trabalharam juntos em benefício do meio ambiente”, disse o secretário estadual do Meio Ambiente, Antonio Carlos Bonetti.
Em perigo
Os levantamentos de campo avaliaram as 762 espécies de aves que existem no Estado. A conclusão é que, deste total, 118 espécies enfrentam algum grau de ameaça. E onze, infelizmente, já estão extintas no Paraná.
Além das extintas, as outras categorias estabelecem qual o risco de espécies desaparecerem da natureza: criticamente em perigo de extinção, em perigo, vulnerável, quase ameaçada, menos preocupante, insuficientemente conhecida.
O trabalho foi desenvolvido em três etapas. Inicialmente, foi feita uma consulta popular,por meio de uma plataforma aberta e livre na internet.
Em seguida, as comunidades científica e de ornitólogos do Paraná fizeram a compilação e avaliação dos dados.
A etapa final foi a elaboração e publicação da Lista Vermelha, oficializada no dia 22 de novembro com a assinatura do Decreto 11.797, pela governadora Cida Borghetti.
Todo o processo foi mediado e executado pela Hori Consultoria Ambiental, coordenada por Fernando Straube e Alberto Urben Filho, ornitólogos paranaenses com ampla experiência na supervisão da criação de listas vermelhas.
“A atualização da lista é de extrema importância, pois assim é possível identificar espécies que mais precisam da nossa ajuda, além de possibilitar a proteção legal das aves em risco de extinção no estado do Paraná”, disse a diretora do Parque das Aves, Carmel Croukamp.
As Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas foram criadas em 1964 pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN – International Union for Conservation of Nature). O Paraná é o primeiro estado brasileiro a contar com legislação destinada à proteção da fauna e da flora (Lei nº 11.967 de 17 de fevereiro de 1995), que resultou em 117 espécies de aves listadas.
O primeiro processo de revisão da lista ocorreu em 2004, quando 169 espécies foram consideradas sob risco.