Operação da PF investiga contas bancárias entre 2010 e 2017 ligadas a operadores do Paraguai

Foto: Pixabay

A Polícia Federal deflagrou na manhã de ontem, dia 31 de julho de 2020, o operativo denominado “Ação Dourada”, com o propósito de desarticular um grupo especializado na prática de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

As contas bancárias controladas pelas pessoas investigadas movimentaram mais de 65 milhões de reais de origem ilícita no período de 2010 a 2017.

Estas operações somente se tornam possíveis porque os operadores financeiros no Paraguai acolhem moedas estrangeiras de pessoas físicas e jurídicas que, de alguma maneira, obtiveram dinheiro no Paraguai e pretendem transferi-lo para o Brasil. Os reais de origem espúria angariado pelo grupo investigado era então utilizado para satisfazer o interesse daqueles que entregaram moeda estrangeira no Paraguai e queriam o equivalente no Brasil.

Considerando que não há, em regra, a saída física de moeda dos países envolvidos, essa composição de interesses que ocorre por meio do sistema internacional de compensação paralelo, sem registro nos órgãos oficiais, é conhecido como dólar-cabo.

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Foram cumpridas três ordens judiciais (mandados de busca e apreensão), expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba. Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e operação irregular de instituição financeira.

As investigações, iniciadas em 2014, tiveram como foco um grupo criminoso, liderado por um operador financeiro, que utilizava contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas para receber vultosos valores de pessoas interessadas em adquirir a disponibilidade financeira no exterior (Paraguai).

Pessoas físicas e jurídicas espalhadas pelo Brasil, incluindo traficantes de drogas, empresários e “cigarreiros”, necessitam enviar dinheiro para o Paraguai a fim de adquirir, respectivamente, drogas, mercadorias e cigarros. O dinheiro “sujo” era inicialmente creditado nas contas controladas pelo grupo criminoso.

Em seguida, após o contato com algum operador financeiro sediado no Paraguai, a disponibilidade financeira do equivalente em moeda estrangeira é liberada no exterior. Esses valores eram utilizados para liquidar o débito que os brasileiros remetentes de recursos para as contas investigadas adquiriram com os fornecedores de mercadorias localizados no Paraguai.

A operação, batizada de “Ação Dourada”, está relacionado ao nome, em inglês, de duas correspondentes cambiais vinculadas ao grupo investigado.

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