Pode ser que o contrabando de cigarros paraguaios para o Brasil esteja com dias (ou anos, ao menos) contados.
O Paraguai aderiu ao protocolo para eliminar o comércio ilegal de tabaco, conforme anunciou o comitê interinstitucional do país, que trabalha contra o crime de lavagem de ativos.
Com a adesão, informa o ABC Color, o Paraguai busca frear o contrabando de cigarros para os países vizinhos.
O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, explicou que o convênio vai permitir uma diminuição da oferta e demanda de cigarros e também permitirá que o país tenha mais recursos para a Saúde.
Destacou ainda que o governo atual tem “uma luta decidida contra o tabagismo” e que o Paraguai será a sede regional para a conferência mundial da luta contra o cigarro.
O vice-chanceler Hugo Saguier Caballero comentou que, depois de escutar os informes dos diversos ministérios envolvidos no tema, e atendendo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, o presidente Mario Abdo Benítez decidiu pela imediata adesão ao protocolo.
A adesão, no entanto, ainda precisa passar pelo Parlamento, antes de ser aplicada.
Maria Epifania González, ministra da Secretaria de Prevenção de Lavagem de Dinheiro ou Bens (Seprelad), ressaltou a importância da adesão do Paraguai a esse protocolo, que significa combater os delitos associados ao contrabando, ao comércio ilegal de tabaco e à lavagem de dinheiro.
Não é só um tema de saúde, pois também afeta o setor econômico, disse.
Depois da aprovação pelo Congresso, disse a ministra, há um período de cinco anos para aplicação e para o estabelecimento de sanções.
Esclareceu que não é uma luta contra uma empresa em específico, mas contra todo o setor, e que se buscará evitar a lavagem de dinheiro proveniente do contrabando.
O ex-presidente Horacio Cartes é dono da maior empresa de cigarros do Paraguai, a Tabacalera del Este, que tem algumas das marcas mais comercializadas ilegalmente no Brasil e na Argentina.
A intenção com o protocolo é diminuir a acessibilidade ao cigarro e outros produtos de tabaco e evitar que o comércio ilícito contribua para o financiamento de atividades criminosas transnacionais.