Dos 116.019 carros importados pelo Paraguai, em 2018, 73.925 eram usados (64% do total), dos quais 67.601 com mais de dez anos de uso.
Na comparação com 2017, o percentual de novos aumentou de 32% para apenas 36% das importações, mesmo com campanhas do governo e financiamentos com juros baixos e prazo de 60 meses.
O total de carros importados em foi 16% maior que em 2017 (100.530), mas a proporção de carros com mais de dez anos de uso ficou praticamente igual.
Em 2017, esses carros representaram 88% do total de usados; em 2018, ficaram em 87%.
Em 2017, entraram no Paraguai 8.113 veículos com menos de dez anos de fabricação (12% do total de usados), número que caiu para 6.324 em 2018, mas proporcionalmente subiu para 13%.
Em número absoluto, portanto, caiu a venda de carros usados com menos de dez anos, parte dos quais foi subsituída pela importação de zero quilômetros.
Em tributos, o governo arrecadou, com os 42.094 carros novos, 782 bilhões de guaranis. Com os 73.925 usados, bem menos: 577 bilhões.
Quer dizer, carro velho é mau negócio pro governo, mas ótimo negócio para os países ricos, que ganham dinheiro pelo que, para eles, já é considerado sucata.
O jornal Última Hora explica que as unidades mais velhas, devido ao menor custo, são mais acessíveis aos paraguaios. Já os seminovos importados têm uma margem escassa para competir com alguns modelos zero quilômetro, por isso a importação desses carros com menos de dez anos diminuiu.
O governo bem que tentou impedir a importação de veículos com mais de uma década de fabricação, mas uma polêmica decisão da Corte Suprema de Justiça paraguaia considerou a medida inconstitucional.
Além do Paraguai, só o Peru e a Bolívia permitem a importação de usados. Mas nesses dois países o limite é menor, de apenas cinco anos de uso.
O Brasil e a Argentina impedem a importação de usados. Aqui, a exceção são os usados com mais de 30 anos, que podem ser importados para coleção. Mas, ainda assim, acaba não valendo a pena, por causa dos altos impostos de importação.
Fonte: Última Hora e Estadão (dois últimos parágrafos)