“Tolerância zero com o contrabando e aumentar a arrecadação.” Ordem expressa do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que, pelo menos no caso dos “paseros”, está sendo seguida à risca pela Aduana da Ponte da Amizade.
“Paseros” são as pessoas que vêm a Foz do Iguaçu comprar mercadorias pra revender em Ciudad del Este e municípios vizinhos.
Com a repressão – até uma semana atrás eles passavam livremente -, já caíram as vendas na Ceasa de Foz do Iguaçu, onde os “paseros” se abastecem. Os paraguaios representam 60% dos clientes da Ceasa.
Desde 21 de agosto, em todas as fronteiras do Paraguai, os controles se tornaram mais rigorosos. Na Ponte da Amizade, os protestos dos paseros vêm ocorrendo desde o dia 24 de agosto. Eles querem um controle mais flexível, ao menos até o final do ano, para poder formalizar-se.
É o que quer o governo: que eles se tornem microimportadores legalizados, se querem continuar trabalhando. Para isso, devem se registrar na Aduana e no Ministério de Indústria e Comércio. Como isso implica em custos, os paseros querem um prazo maior.
Os paraguaios têm direito a comprar produtos para consumo familiar na Argentina e no Brasil, mas cuja soma não passe de US$ 150 por mês. E estas mercadorias devem ser declaradas à Aduana.
E aqui?
Já imaginou se o Brasil declarar, de fato, tolerância zero ao contrabando? Fica a questão.
Fontes: Vanguardia e Gazeta Diário