Paraguai enaltece participação das mulheres na construção da ponte que dará acesso ao Brasil ao oceano Pacífico

O megaprojeto, que atualmente está com quase 40% concluído, envolve cerca de 500 profissionais, entre paraguaios e brasileiros

Ponte está 40% concluída. Fotos: MOPC

As mulheres continuam ganhando destaque no ramo dos ofícios não tradicionais em Paraguai e a ponte Bioceânica que ligará as cidades de Carmelo Peralta (PY) e Puerto Murtinho (BR), não poderia ser exceção, informou ontem (27) o Ministério de Obras Públicas e Comunicações paraguaio.

A obra é fundamental para o Corredor Bioceânico, que dará acesso para o Brasil chegar ao oceano Pacífico.

O megaprojeto, que atualmente está quase 40% de concluído, envolve cerca de 500 profissionais, entre paraguaios e brasileiros, e entre eles se destacam as mulheres, principalmente moradores locais.

Uma delas é Cinthia Marecos, que atua na equipe de logística. Seu trabalho envolve a parte organizacional do trabalho diário em conjunto com os encarregados da construção. “Organizamos as equipes de trabalho, máquinas, operadores e tudo o que é necessário diariamente para a realização das atividades”, indicou.

Marecos lembra que há cerca de 22 anos teve que deixar sua cidade natal, Carmelo Peralta, para buscar novos horizontes na capital do país. “Aos 12 anos saí daqui e voltei para minha cidade praticamente aos 36, e foi justamente para trabalhar na construção da rota Bioceânica; e agora também na obra da ponte”, afirmou.

Sobre sua experiência na área de construção, ela destacou o respeito que os colegas de trabalho têm pelas mulheres. “Trabalho na empresa há mais de um ano e continuo aqui firme. “Estou orgulhosa como local e orgulhosa como mulher”, disse ela.

Outra protagonista dessa história é Lorena Medina, que trabalha como técnica elétrica. A sua tarefa diária é a segurança e contagem de todos os equipamentos eléctricos, painéis e instalações, cablagens, entre outros ao longo da jornada de trabalho para que não ocorra nenhum acidente”, explicou.

Além disso, referiu que recentemente lhe foram atribuídas novas responsabilidades das quais “se orgulha” porque foi responsável pela instalação eléctrica e, também, pela iluminação no sector das gruas de torre.

“Estou muito grata por ter a oportunidade de trabalhar neste trabalho porque muitas vezes (as mulheres) não têm oportunidades. Sempre vemos apenas homens, mas agora somos mais que ingressamos nesta profissão”, sublinhou.

Ela comentou que, para ela, esta é uma experiência incrível e que é a primeira vez que trabalha na construção de uma ponte. “Ao longo da minha trajetória, esse trabalho vai me abrir muitas portas”, concluiu.

A Ponte Bioceânica terá extensão aproximada de 1.294 metros, dividida em três trechos: dois constituirão os viadutos de acesso às duas margens do Rio Paraguai, e um corresponderá à parte estaiada, medindo 632 m e vão central de 350 metros.

As obras são executadas pelo Consórcio PYBRA (Tecnoedil SA, Paulitec e Construtora Cidade) e fiscalizadas pelo Consórcio Prointec sob gestão do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC). A Itaipu Binacional financia sua construção.

Mapa do corredor bioceânico planejado Fonte: www.rotabioceanica.com.br/

Com informações do MPOC

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