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Sobraram elogios ao presidente Horacio Cartes, que deixa o cargo em agosto, porque conseguiu fazer sua parte dentro do ambicioso “Plano de Desenvolvimento 2014-2030”, que ele mesmo lançou em 2014.
O plano, lembra o Cronista, tem quatro pilares fundamentais: redução da pobreza, desenvolvimento social, crescimento econômico e inserção do Paraguai na economia global.
É claro que há muito ainda por fazer, diz o jornal. Mas o Paraguai sabe disso. E “está fazendo as coisas em silêncio, com perseverança e esforço; e, depois de um tempo, os resultados são percebidos e começam a surpreender agradavelmente”, diz o Cronista.
Na economia, o grande esforço do Paraguai está sendo o de ampliar a exportação de soja, milho e carne, principais rendas externas do país (junto com a energia elétrica comprada por Brasil e Argentina), e também o de fomentar a industrialização, via Lei de Maquilas.
O Cronista destaca que, nos últimos anos, o Paraguai recebeu 160 indústrias, a maior parte de origem brasileira, graças justamente às facilidades previstas na Lei de Maquila – isenção de impostos para importação e exportação e pagamento de apenas 1% sobre as vendas dentro do território paraguaio, entre outras vantagens.
Mesmo fora da Lei de Maquila, diz o jornal argentino, o Paraguai já tem baixos tributos. Vigora por lá o “triplo 10”: 10% sobre a renda das empresas, 10% sobre a renda pessoal e 10% de Imposto de Valor Agregado (IVA).
O jornal não comenta, mas é bem diferente dos sistemas tributários do Brasil e da Argentina, onde há um cipoal de impostos, taxas e tributos que não só arrocham os contribuintes como ainda exigem, especialmente das empresas, setores específicos – com muito pessoal – para dar conta das obrigações legais.
Tem mais: “Com uma máxima abertura e facilidades para receber capitais estrangeiros, o Paraguai possui uma alta taxa de retorno de investimentos. Em 2014, a taxa foi de 22%, comparada com 10% para a Argentina, 8% para o Uruguai e 6% para o Brasil”, compara o Cronista.
Logística
É claro que a localização do Paraguai também foi lembrada pelo jornal argentino. A possibilidade de acesso aos portos da Argentina e Uruguai, por meio do transporte hidroviário, deixou o Paraguai dono da terceira maior frota fluvial do mundo. Com tendência de crescimento à medida que atraia mais exportadores de grãos do Centro-Oeste brasileiro.
O governo Cartes, destaca o Cronista, procurou melhorar o transporte rodoviário e multimodal, com investimentos nas rodovias que unem Assunção a Ciudad del Este e no aeroporto Silvio Pettirrossi.
Por tudo isso, o Paraguai ganhou o título de “a nova joia do Mercosul”.
Certamente, é uma notícia escrita e lida com uma pontinha de inveja, de nossa parte, argentinos e brasileiros. E com razão: o Brasil mal consegue se segurar em pouco mais de 2% de crescimento para este ano, depois de uma trágica recessão; a Argentina oscilou entre taxas altas e baixas de crescimento, sem sustentabilidade, e agora enfrenta uma nova e séria crise.
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