Às voltas com frequentes cortes no fornecimento de energia elétrica, apesar de ser sócio na maior usina do mundo em geração, Itaipu, e também em Yaciretá, com a Argentina, o Paraguai pretende resolver esse problema em dois ou no máximo três anos.
O presidente da estatal Ande, Pedro Ferreira, anunciou que o Paraguai já tem garantido financiamento para construir mais duas linhas de transmissão de 500 kV, para distribuir a energia de Itaipu especialmente na região de Alto Paraná, uma das mais atingidas.
Com as duas linhas – mais a já existente, que leva energia até Villa Hayes, próximo a Assunção -, o presidente da Ande acredita que o Paraguai terá capacidade de utilizar até mais dos 50% da energia a que tem direito em Itaipu.
Segundo ele, as duas linhas têm custo previsto em US$ 120 milhões e o prazo de conclusão é de três anos, que a Ande pretende reduzir para dois. O dinheiro viria da Corporación Andina de Fomento.
Com isso, o Paraguai chegará à mesa de negociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, em 2023, sem a necessidade de discutir a questão da energia que hoje cede ao Brasil, motivo sempre de muitas queixas do país, que considera o valor pago insuficiente.
Num cenário possível, o Paraguai poderá distribuir a energia de Itaipu que lhe cabe ao preço que quiser, no mercado interno, enquanto o Brasil fará o mesmo por aqui.
Como o Paraguai ainda tem a energia de Yacyretá, poderá manter uma tarifa mais baixa, mantendo e atraindo mais indústrias.