Mesmo com a forte queda na cotação, a produção da moeda virtual bitcoin no Paraguai continua a atrair cada vez mais brasileiros. E já há alguns milionários.
Uma reportagem recente do Estadão contou que um carioca ficou milionário em apenas seis meses, junto com a mulher.
Os dois, que são programadores de computadores, hoje moram no seleto condomínio Paraná Country Club, em Hernandarias.
E alguns dos ricos vizinhos, brasileiros como eles, também produzem bitcoin.
Agora, vem de Londrina a notícia de que um grupo de moradores veio a Hernandarias para a inauguração da mineradora Miner World, presidida por um mato-grossense.
O colunista Oswaldo Militão conta que nada menos que 400 pessoas, entre convidados do Brasil e de outros países da América do Sul, compareceram à inauguração.
Mas por que o Paraguai é procurado para a mineração de bitcoin? A questão é o custo da energia elétrica.
Para produzir a moeda virtual, utiliza-se uma série de computadores potentes, que precisam ser mantidos sob ar condicionado e não podem ser desligados nunca.
Só uma dessas mineradoras gasta, por mês, o equivalente a US$ 10 mil. É bastante. Mas, se operasse no Brasil, o custo saltaria para no mínimo US$ 45 mil.
E há ainda a questão dos impostos, que no Paraguai são irrisórios perto do que se paga por aqui.
A queda
Mas os produtores de bitcoin estão apreensivos com as seguidas quedas da cotação da moeda, nos últimos dias.
A moeda valia cerca de US$ 20 mil na semana passada, mas caiu para US$ 14.500. E, quando parecia que ia estabilizar, nova queda de US$ 1.000, e outra ainda mais forte nesta segunda-feira (5).
A segunda desvalorização foi provocada pela Coreia do Sul, um dos principais mercados globais da moeda digital, que informou restrição ao bitcoin. O país pretende banir a abertura de contas anônimas para negociação de criptodinheiro e adotar uma legislação que permitirá às agências reguladoras barrarem transferências que julgarem suspeitas.
Essa intenção do governo vai contra um dos principais motes do bitcoin, que é liberdade sem agência pra regular seu uso e circulação.
Já a desvalorização desta segunda se deve à decisão do grupo bancário britânico Lloyds Banking Group, que proibiu seus clientes de comprar bitcoins com seus cartões de crédito, com o temor de que fiquem endividados pela queda do valor da moeda virtual.
Hoje, o bitcoin está valendo apenas US$ 7.800.
Será que isso vai desestimular os produtores brasileiros de bitcoin no Paraguai? Resta ver se a crise continua.