Os paraguaios já fazem planos para quando a usina de Itaipu já não tiver mais dívidas a pagar, dentro de apenas cinco anos.
Em 2023, depois de aprovadas as novas bases financeiras e de comercialização de energia de Itaipu, o Paraguai poderá contar com US$ 1 bilhão anuais.
Este US$ bilhão é um bom dinheiro para o Paraguai, já que corresponde a quase um sexto de todo o orçamento do Poder Executivo para 2018.
A proposta da Universidade Nacional de Assunção (UNA) é que este dinheiro seja administrado por um banco estatal – o Banco Nacional de Infraestrutura para o Desenvolvimento Econômico e Social, que aliás já está definido na Política Energética Nacional, segundo decreto de 2016.
O responsável técnico pelo projeto, Victorio Oxilia, disse que se em 2023 os governos do Brasil e do Paraguai decidirem manter as tarifas de Itaipu nos mesmos níveis atuais, sobrarão cerca de US$ 2 bilhões no total, US$ 1 bilhão para cada país.
No Paraguai, disse ele, esses fundos poderiam financiar obras de infraestrutura, projetos de geração de energia elétrica e ainda beneficiar a integração elétrica regional, consolidando o país como eixo dessa integração.
As conclusões formam parte do livro “Como transformar energia em desenvolvimento”, que será lançado em agosto pelo Grupo de Investigação em Sistemas Energéticos da Faculdade Politécnica da UNA.
Os autores propõem ainda, em conjunto com pesquisadores da Universidade de São Paulo, a criação de uma Corporação Energética do Sul, com países vizinhos; um Mercado Elétrico do Cone Sul; e um Fundo de Inversão.
A Corporação Energética poderia ter o Paraguai como sócio majoritário, com 45% de aporte; Brasil com 37%; Argentina com 13%; e Uruguai com 5%. Seria formada pelas três usinas binacionais: Itaipu, Yacyretá e Salto Grande, com ingressos anuais de US$ 6 bilhões.