Pare já de comer tomate, batata e cenoura. E diminua o consumo de repolho e alface.
Tudo bem que são bons pra saúde, mas e o bolso, aguenta? Esses produtos são os vilões de janeiro, em Foz do Iguaçu, segundo levantamento feito pelo Centro de Pesquisa Econômica Aplicada da Unila, que mensalmente calcula o Índice de Preço ao Consumidor de Foz do Iguaçu (IPC-Foz).
Foram esses produtos que mais contribuíram para o aumento de 0,14% da cesta básica em janeiro, na comparação com o mês anterior. O dado positivo é que o aumento foi inferior ao de dezembro em relação a novembro, quando a variação foi de 0,61%.
A pesquisa da Unila é feita a partir do levantamento de preços de 94 produtos que compõem a cesta básica, em 12 supermercados de vários bairros da cidade.
Aliás, a Unila poderia divulgar quais os supermercados que têm preços da cesta básica mais baixos. A gente até imagina que alguns são bem exploradores, mas não dá pra dizer sem base científica.
Enfim, o levantamento mostrou que tubérculos, raízes e legumes foram os produtos que tiveram maior variação de preço em Foz do Iguaçu.
O maior aumento foi registrado no preço do tomate, de 51%, seguido pela batata inglesa (27,5%) e cenoura (20%).
Entre as hortaliças e verduras, destaca-se o preço do repolho, com variação positiva de 15,8%, e da alface, que aumentou 10,6%.
De acordo com o coordenador do projeto, Henrique Kawamura, “a alta nos preços desses produtos foi em consequência das chuvas do final de 2017 e da primeira quinzena de janeiro de 2018. Com isso, alguns produtos tiveram má formação, como o tomate, e excesso de manchas, como foi o caso da cenoura”.
Entre a categoria de leite e derivados, o leite UHT foi o único item que apresentou queda nos preços, com média negativa de 9,29%.
Entre as frutas, o preço da melancia caiu cerca de 25%, seguido pelo da banana nanica (-13%) e mamão (-10,4%). Em contrapartida, a maçã apresentou variação positiva de 9% neste mês.
Já entre as carnes, ficou mais barato comprar peito de frango (-11,3%), assim como acém (-4,5%) e bisteca suína (-3,17%). Por outro lado, foi registrado aumento no preço do músculo (11,45%), paleta bovina (9,35%) e filé (0,36%).
O projeto
O IPC-Foz é um projeto de extensão desenvolvido por docentes e estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
Todos os meses, o grupo calcula o índice do custo de vida em Foz do Iguaçu com base nos preços da cesta básica.
O objetivo é analisar a evolução dos preços mês a mês, bem como quais produtos puxam os valores para cima ou para baixo.
O primeiro levantamento dos preços no comércio de Foz do Iguaçu foi feito em setembro de 2017.
O IPC-Foz utiliza a mesma cesta básica do IBGE, do subgrupo de alimentação dentro do domicílio e produtos de limpeza e higiene pessoal.
Além disso, utiliza a mesma estrutura de ponderação, isto é, a parcela de contribuição de cada item no orçamento familiar para obter o índice geral.
Participam do projeto de extensão três docentes, oito estudantes de graduação da Unila e dois alunos de ensino médio de escolas de Foz do Iguaçu.