PCC pode ter estendido suas garras também para a Argentina

Um brasileiro foi preso após o ataque. Foto: El Territorio de Misiones

A polícia de Misiones, na Argentina, investiga se o Primeiro Comando da Capital (PCC), cartel criminoso brasileiro que já virou multinacional, atua no país, depois que houve um ataque a tiros a um presídio na cidade de Oberá, a 270 km de Puerto Iguazú.

Aparentemente, o ataque foi uma tentativa para libertar um suposto integrante do PCC que está detido naquela prisão, o brasileiro Vanderlei “Vando” Lopes, expert em explosivos; em Posadas, está preso outro brasileiro, Regis da Silva López, que seria o chefe da quadrilha, outro que deveria ser libertado.

Já se sabe que os atacantes fazem parte de uma perigosa quadrilha de assaltantes de bancos e de carros-fortes, mas ainda falta confirmar se são do PCC.

Na operação para prender os criminosos que atacaram o presídio, foi preso na terça-feira (31) o brasileiro Carlos Eduardo Reinicke, foragido da Justiça no Brasil.

Segundo o jornal Clarín, esta não é a primeira prova da presença do PCC na Argentina. Depois do ataque à empresa de segurança Prosegur, em Ciudad del Este, Paraguai, um dos assaltantes foi detido na Argentina.

Ação do Exército

O ataque em Oberá ocorreu 24 horas antes de que o governo argentino iniciasse uma ação com 3 mil homens do Exército para patrulhar e dar apoio logístico à Gendarmeria e às forças municipais no controle das fronteiras. Um dos pontos de concentração dos militares será justamente Misiones.

Os ministros de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, e da Justiça, German Garavano, em reunião com o ministro de Segurança do Brasil, Raul Jungmann, na quarta-feira (1), manifestaram preocupação com a intenção “expansionista” do PCC e do Comando Vermelho sobre o Paraguai e a Argentina. Os ministros acertaram a troca de mais informações para combater os grupos criminosos.

O ataque

O Clarín cita que o jornal El Territorio informou que os atacantes do presídio de Oberá usavam armas pesadas e foram repelidos pela guarda, fugindo para uma região montanhosa.

Foram encontrados perto do presídio projéteis de revolver calibre 38, “miguelitos”, machados, duas mochilas e um Renault Logan, que havia sido usado pelos atacantes.

Fontes do governo consultadas pelo Clarín relacionaram o ataque à captura, em novembro do ano passado, de uma quadrilha de brasileiros que tentou roubar um banco na localidade de El Soberbio.

Foram presos Régis Lopes, o Gordo, de 37 anos, Vanderlei Lopes, de 32, o Vando, e Juliane Cristina Cardoso, de 26, que estavam com um fuzil, uma pistola, um rifle, explosivos, munições e coletes.

O grupo é apontado como responsável por cerca de 40 assaltos a bancos no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul.

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