Com pêlos e insetos, cigarro paraguaio já domina metade do mercado brasileiro

Só no Paraná, foram apreendidos no ano passado 21,6 milhões de maços. Uma pequena fração de tudo o que entra no mercado.

Você fuma? E, pra economizar, prefere cigarros paraguaios? Pois pasme: nesses cigarros, não há só fumo. Ali tem pêlos de animais, terra, areia, vestígios de plásticos, restos de insetos, colônias de fungos, ácaros e metais cancerígenos como chumbo, cádmio, níquel, cromo e manganês.

Sem contar teores impróprios de nicotina e alcatrão, e que o fumo vem com pesticidas e outras substâncias químicas.

É isso que mostram pesquisas feitas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa desde 2012, conforme o livro “Redefinições das Fronteiras – Velhos e Novos Paradigmas”, da Editora Idesf, aqui de Foz do Iguaçu.

E sabe o pior? Os cigarros contrabandeados do Paraguai já atendem quase metade do mercado brasileiro. De cada 100 cigarros vendidos no Brasil, 48 são pirateados. Por um motivo óbvio: o preço.

O Brasil, o país mais tolerante do mundo, só combate o contrabando de cigarros por meio do policiamento. É pouco.

Deveria usar mais da diplomacia para diminuir esta invasão de produtos piratas, ainda mais que o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, é dono de uma das maiores fábricas do país e tem todo interesse em que tudo fique como está. Ou que melhore. Para ele.

O Brasil deveria exigir que o Paraguai adotasse para o cigarro medidas de desestímulo à produção e consumo, como aqui, onde as alíquotas de impostos são estratosféricas.

Em não havendo acordo, o Brasil deveria, então, rever esta política de impostos para o setor cigarreiro, para que os preços caiam e o produto local possa competir com o pirateado. Mais ou menos na linha: “se é pra brasileiro ficar doente com o cigarro, que o seja com produto local, que ao menos é bem fiscalizado”.

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