O Não Viu? entrevistou hoje (21) o professor e pesquisador Henrique Kawamura, do Centro de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Cepecon), que realizou uma pesquisa para saber o motivo que levou os alunos das escolas municipais de Foz a superarem todas as expectativas, e aumentarem as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 5,3 para 7,5, em média.
A curiosidade deste editor foi motivada pelo intuito de comprovar o que um simples vereador é capaz de fazer para tentar destruir o trabalho de gente séria.
O vereador em questão foi Dilto Vitorassi (PV), que, em 2013, requereu, e conseguiu, criar uma CPI na Câmara Municipal para questionar o desempenho dos alunos da rede municipal. Nessa empreitada, ele foi auxiliado, na época, pelos também vereadores Nilton Bobato (PCdoB) e Fernando Duso (PT). Lógico, todos de partidos de esquerda. Por que será?
O que levou Vitorassi a fazer isso? Provavelmente, apenas para desacreditar a política de ensino do então prefeito Paulo Mac Donald Ghisi que vinha dando certo. Viram o que um vereador pode fazer?
Pois bem, vejam abaixo algumas das declarações de Kawamura que podem esclarecer, definitivamente, a desconfiança levantada por Vitorassi, que perdura até hoje nas conversas informais.
“Acho muito difícil não ter um processo transparente e que tivesse uma fraude nessas provas”.
“Se existe algum tipo de fraude eu desconheço”.
“Foz do Iguaçu tem uma nota maior do que outras cidades, o que a faz se destacar no cenário regional e nacional”.
“As pessoas não querem aceitar que um sistema municipal de ensino pode dar certo, mas Foz do Iguaçu é uma experiência exitosa”.
“As pessoas têm de entender, e abraçar, que Foz do Iguaçu tem, sim, uma educação de qualidade”.
“Um aluno da pior escola de Foz do Iguaçu tem um nota melhor do que a média nacional, paranaense e do Sul do País”.
“Então, se for fraude, tem de ser uma fraude muito grande, em combinação com todo mundo, para que você tenha um resultado tão exitoso como Foz do Iguaçu teve. Acho muito difícil você esquematizar isso de uma forma tão grande”.
“Eu tendo a crer que, de fato, a qualidade da educação de Foz do Iguaçu é, sim, superior por causa das políticas que foram adotadas nos últimos dez anos, como a valorização do professor e a melhora da infraestrutura das escola”.
“Aqui, todo mundo pensou a educação não como uma política do governo municipal, mas como uma política de Foz do Iguaçu. E foi isso que aconteceu com a política do décimo quarto salário. Só recebeu quem atingiu a meta estipulada pela Secretaria de Educação, desde o diretor até a merendeira”.
“A educação básica é a base de tudo. Se você tem uma educação básica ruim, você vai ter um rendimento bem pior nos anos posteriores”.
“Foi o que Foz do Iguaçu conseguiu: que as pessoas se orgulhassem do ensino público municipal e trabalhassem em prol disso”.
“No último Ideb, Foz do Iguaçu teve a escola com a maior nota do Brasil.”
Quem é o professor Henrique Kawamura
Possui Doutorado em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é professor adjunto do Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política (ILAESP) da Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila)
Em 2008 foi agraciado com o XVIII Prêmio Paraná de Economia do Corecon-PR na categoria economia pura e aplicada ; em 2014, com o XIX Prêmio do Tesouro Nacional da Escola de Administração Fazendária (ESAF) na categoria de Economia do Setor Público e, em 2015, o XXV Prêmio Paraná de Economia como orientador de monografia premiada.
Seu principal tema de pesquisa é na área de Economia, com ênfase em Economia do Bem-Estar Social, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação de políticas públicas, trabalho infantil, educação, saúde, rendimento e programas sociais.