Pesquisador da UNILA diz que, provavelmente, a vacina chinesa seja a primeira a ser licenciada no Brasil. Confira!

Foto ilustrativa: UNILA/Divulgação

Para sanar dúvidas sobre a Covid-19, o Grupo de Trabalho de Projeções da Covid-19 da UNILA publicou, nesta semana, um informe que explica quais as principais candidatas à vacina no Brasil.

O Informe na íntegra está em https://bit.ly/ProjecaoVacina.

O autor principal do documento é o professor Kelvinson Viana, docente do curso de Biotecnologia da UNILA e pesquisador em Bioengenharia para o desenvolvimento de vacinas. O informe destaca que, entre as vacinas de Covid-19 que estão em fase mais avançada, três merecem uma atenção maior, não somente pela tecnologia empregada, mas também por questões políticas que podem interferir na oferta vacinal para a população brasileira.

Moderna
A vacina da farmacêutica Moderna, caso seja aprovada, será a primeira vacina do mundo a utilizar a tecnologia de material genético viral (RNA). De acordo com o pesquisador Kelvinson Viana, em tempos anteriores, muito foi questionada a utilização dessa estratégia vacinal com uso de material genético, sobretudo em relação às vacinas de DNA. “No entanto, a vacina de RNA tem se demonstrado segura e segue com os testes clínicos de fase 3. Certamente, este será o maior salto tecnológico nesse aspecto que vamos obter neste momento: uma vacina composta de material genético viral, com uma plataforma mais rápida de produção, segura e eficaz”, explica.

AztraZeneca
Já a vacina da empresa AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, tem apresentado bons resultados e, na avaliação do professor, estará disponível para os brasileiros em alguns meses. “Trata-se de outra tecnologia, o uso dos chamados vetores virais. São vírus que não são capazes de gerar doença nas pessoas, mas que carregam em seu interior a informação genética para que uma proteína do Sars-CoV-2 seja produzida pelo próprio organismo humano. Na prática, nosso corpo é a própria fábrica de produção do estímulo que irá nos proteger do novo coronavírus”, salientou Kelvinson Viana.

Recentemente foi tornada pública a informação de que um voluntário dos testes clínicos da fase 3 dessa vacina foi a óbito. No entanto, tratava-se de um voluntário que recebeu placebo, ou seja, que não recebeu a vacina proposta para Covid-19. “Em testes clínicos aleatórios e cegos, nem quem aplica nem quem recebe sabe o que está tomando, se é vacina ou placebo, e isto é importante para não tornar o estudo tendencioso”, completou.

Ainda em relação às vacinas de vetor viral, está sendo desenvolvida a Sputnik V, com proposta semelhante à da AstraZeneca. Embora o governo paranaense tenha demonstrado interesse em obtê-la, ainda não há informações publicadas acerca de resultados dos testes clínicos da fase 3.

Sinovac
A vacina do laboratório chinês Sinovac também segue na fase 3 e é uma das que estão entre os estudos mais adiantados. Kelvinson Viana afirma que é provável que seja a primeira vacina a ser licenciada no Brasil. “Essa vacina possui uma tecnologia muito, muito antiga, que emprega em sua formulação vírus inativado, ou seja, o vírus é degradado com um agente químico e se torna incapaz de gerar a doença em quem a toma. É uma estratégia biotecnológica muito segura”, destacou. O pesquisador lembra, ainda, que o calendário de imunização nacional já conta com outras vacinas produzidas a partir de vírus inativado, como as vacinas da Poliomielite Injetável (VIP), gripe e hepatite A.

A Sinovac tem ainda uma proposta de transferência de tecnologia da vacina para o Instituto Butantan. Sendo assim, a vacina será produzida aqui no Brasil por um órgão público que é referência mundial em produção de vacinas.

E a segurança?
Independentemente dos resultados e de qual vacina seja adquirida pelos estados brasileiros e pelo SUS, Kelvinson Viana defende que as questões ideológicas devem ser banidas das tratativas. “O critério científico deve ser o único e definitivo que indique a real segurança e eficácia vacinal”, explica.

Com informações da UNILA

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