Enquanto a economia paraguaia vai cada vez melhor, a Organização Mundial do Comércio alerta que o país ainda não tem qualquer resultado positivo na luta contra a corrupção e a pirataria.
Para dar uma ideia do poder de fogo dos contrabandistas que entram no Paraguai com produtos pirateados, é só ver o que disse a diretora nacional de Propriedade Intelectual do Paraguai (Dinapi), Patricia Stanley.
Ela denunciou que já lhe ofereceram US$ 100 mil a cada avião que deixasse entrar em Ciudad del Este com produtos de origem duvidosa, como noticia hoje, 5, o jornal ABC Color.
Ela contou ainda que já foi procurada por empresários que se dizem honestos, mas vítimas de perseguição pela fiscalização e pela Aduana. “Eu disse a eles que me avisassem, que eu mesma estaria esperando a carga para verificar se estava tudo certo. No entanto, nunca me chamaram”.
Patrícia Stanley lembrou que o último relatório da Organização Mundial do Comércio inclui o Paraguai entre os países com problemas de corrupção, falta de transparência e pirataria e que, caso o país não avance nessas áreas, pode sofrer sanções.
“E isso também prejudica a indústria nacional que está fazendo as coisas corretamente”, disse.
Há ainda outro problema que ela apontou. A Dinapi fez cem apreensões, 50 só em aeroportos, e denunciou os responsáveis por contrabando. “O que me encantaria saber – e eu não sei – é quantas pessoas foram denunciadas, acusadas e condenadas”, disse.
Para ela, se o Ministério Público não encaminha denúncias ao Judiciário, fica a suspeita de que houve acordos.