Já não há mais dúvidas de que a segunda ponte entre Foz do Iguaçu e o Paraguai vai sair. Só ficou uma questão pendente: de que ponte estamos falando?
O Diário Itaipu Electrónico, informativo interno da Itaipu no Paraguai, noticia o encontro do novo diretor-geral paraguaio, José Alberto Alderete, com a governadora Cida Borghetti, na sexta-feira (17).
Ela estava acompanhada do prefeito Chico Brasileiro, do diretor técnico executivo de Itaipu (Brasil), Mauro Corbellini, e do diretor superintendente do Parque Tecnológico Itaipu, Jorge Callado.
De sua parte, Alderete tinha a seu lado o diretor técnico, José Sánchez Tillería; a diretora jurídica executiva, Iris Magnolia Mendoza; a diretora financeira, Mónica Pérez dos Santos; o diretor de Coordenação executivo, Miguel Ángel Gómez; e o diretor administrativo executivo, Alberto Cabrera Villalba.
Quer dizer, altas autoridades dos dois lados.
Alderete disse à governadora que o governo paraguaio está interessado na construção da segunda ponte sobre o Rio Paraná, que (aí vem a questão!) “unirá as cidades de Hernandarias e Foz do Iguaçu”.
Em entrevista a jornalistas “do lado de cá” da fronteira, a governadora Cida Borghetti disse que firmou o compromisso de “trabalhar com mais agilidade” pela ligação. E disse que a segunda ponte já está “com todas as tratativas, licenças ambientais e licitações prontas”.
Nesse caso, portanto, ela se referia à ponte entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, cujas obras já estavam sendo até licitadas quando o governo brasileiro parou tudo, por falta de recursos.
Na verdade, nem o Paraguai nem o Brasil discordam da necessidade de uma nova ponte. A da Amizade já não aguenta mais o fluxo de veículos e pessoas e deveria ter uma folga.
A nova ligação seria para o tráfego de caminhões. O Brasil prefere que seja entre Foz e Presidente Franco, porque atenderia uma necessidade antiga da região, permitindo acesso mais direto à BR-277, com o desvio do trânsito de caminhões do centro de Foz (a Perimetral Leste traria essa solução, inclusive para o tráfego de caminhões entre Brasil e Argentina).
Já o Paraguai prefere a ligação entre Foz e Hernandárias, onde está localizada a usina no lado paraguaio. É que em Hernandarias há toda uma infraestrutura pronta para ligar o município ao resto do país vizinho, o que facilitaria o intercâmbio com o Brasil.
Numa análise sem entrar no mérito técnico da questão, bom seria é que fossem construídas mais duas pontes. Quanto mais fácil o acesso entre os países, mais rápida a circulação de mercadorias e pessoas, o que só traria benefícios às economias locais.
De um lado, a ligação entre Foz e Hernandarias não exigiria grandes alterações na infraestrutura de Foz. Os caminhões seguiriam pela Avenida Tancredo Neves até acessar a BR-277 (e vice-versa), utilizando o Porto Seco no local onde está.
Já a ligação com Presidente Franco vai exigir muitos investimentos. Serão obras mais complicadas e demoradas. Em compensação, já na execução delas Foz ganha com aumento dos empregos e da renda. E ficará com uma infraestrutura invejável.
Então, é só torcer: seja qual for a ponte, que venha! Melhor ainda, que venha a segunda e depois a terceira. Ninguém vai reclamar!
Carlos Marun
O interesse do Brasil em construir a segunda ponte se manifestou pela visita do ministro da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, à usina de Itaipu, na quinta-feira,16.
Marun foi enviado pelo presidente Michel Temer para ser seu principal interlocutor nas conversas sobre a construção da ponte. Ele teve contatos com os diretores paraguaios recém-empossados e com os diretores brasileiros, com quem tratou do assunto.
Oficialmente, no entanto, disse que a agenda que cumpria em Foz era uma oportunidade para sugerir algumas ideias da contribuição de Itaipu para o Brasil e o Paraguai.