Pra pôr carne na mesa dos europeus, florestas são destruídas aqui

Devastação contínua no Chaco. Foto: Jim Wickens, Ecostorm

A destruição de florestas na região do Grande Chaco, no Paraguai e Argentina, está ligada ao grande consumo de carnes na Europa, denuncia em relatório a organização ambiental europeia Mighty.

Depois de constatar a devastação produzida pela plantação de soja no Cerrado brasileiro, a Mighty sobrevoou o Chaco, uma das poucas áreas contínuas de vegetação autóctone ainda presentes na América do Sul, que só perde em extensão para a selva amazônica.

Os ambientalistas percorreram 4.200 quilômetros do ecossistema do Grande Chaco na Argentina e Paraguai e constataram “a ampla destruição dos ecossistemas naturais, o que inclui desmatamentos ilegais”.

A mata é substituída pela soja, que vai servir de alimento para o gado. Indiretamente, concluem, a carne que os europeus consomem é responsável pelo desmatamento na América do Sul.

O relatório lembra que cada europeu consumiu em 2016, em média, 32 quilos de carne de porco, 24 quilos de ave, 11 quilos de carne de vaca e 2 quilos de cordeiro.

Pra sustentar o gado, são utilizados 75% de toda a soja produzida no mundo, que ocupa uma área quase três vezes maior que a da Alemanha.

O relatório da Mighty, intitulado “A crise evitável: a catástrofe ambiental da indústria de carne europeia”, diz que, “embora a produção de carne em si exija muitos recursos, ela não requer a destruição de ecossistemas nativos. Existem mais de 650 milhões de hectares de terra já desmatados apenas na América Latina, onde a soja poderia ser plantada e o gado criado”.

A instituição conclama as empresas europeias, que têm grande poder no setor e a força necessária, para exigir “o fim da destruição adicional dos ecossistemas autóctones para a produção de soja”.

O relatório está tendo ampla repercussão na imprensa europeia.

Clique no link pra ler o relatório da Mighty em espanhol: https://goo.gl/q2udxi

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