De acordo com o terceiro boletim de balneabilidade do verão, emitido nesta sexta-feira (04) pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), todas as prainhas do Lago de Itaipu estão apropriadas para banhos.
O problema, agora, são as piranhas que, segundo reportagem, também desta sexta-feira (04), do jornal Gazeta Diário, já atacaram dez banhistas nesta temporada, de acordo com relatório do Corpo de Bombeiros.
Os bombeiros avisam, na reportagem, para os banhistas não entrarem na água nos locais onde tenham acontecido ataques no dia. Mais: eles alertam que as mordidas desses animais são graves e podem dilacerar os músculos.
O Não Viu?, com o intuito de esclarecer o assunto, consultou o veterinário Domingo Fernandez, que trabalhou na área de meio ambiente aquático da Itaipu, de 1987 a 2015. Ele possui, também, mestrado pela Universidade de Nagasaki, do Japão, especialização em aquicultura pela Universidade do Alabama, dos EUA, e dourado em Zoologia pela UFPR.
Domingo explicou o seguinte:
1-) ataques de piranhas, cujo nome científico é Serrasalmus spp, ocorrem durante a época de reprodução. A espécie tem cuidado parental e protege a prole no período de alevinagem (primeiros meses de vida);
2-) Por serem presas fácies, quando alevinos, os pais procuram os lugares protegidos, entre eles áreas de plantas aquáticas (macrófitas) como Eigeria spp;
3-) São plantas com talos longos e finos, que, se estiverem próximas às áreas de banho, poderão servir de abrigo para os cardumes de alevinos de piranhas, que terão os pais por perto para protegê-los;
4-) Se um banhista chegar perto do cardume, os pais vão dar uma mordidinha de advertência, quase sempre na região do joelho para baixo!
5-) Solução: remover as plantas (macrófitas) das áreas de banho. A remoção é manual e corriqueira, na maioria das praias lindeiras. Removendo as macrófitas submersas, os cardumes de alevinos de piranhas se deslocam para outros abrigos, longe dos banhistas!;
6-) 90 % da dieta das piranhas é composta por escamas e nadadeiras de peixes (elas mordiscam peixes vivos e os que morrem também servem de carniça para alimentá-las), portanto, o ataque não é devido à fome, mas, isso sim, é uma medida de proteção dos alevinos.
Era isso!