Presidente do Paraguai revela por que a China estaria espionando as redes de computadores de seu governo

A revelação coincide com a chegada do ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, a Taiwan, para uma visita de quatro dias à ilha

Peña concedeu entrevista coletiva, após a cerimônia de inauguração de um lar para idosos. Foto: divulgação/Agência IP

Depois de o Paraguai anunciar, ontem (27), a descoberta de uma rede de espionagem cibernética, chamada de Flax Typhonn, nos sistemas de computadores do governo e acusar o governo da República Popular da China (RPC) de tê-la implantado, o presidente Santiago Peña revelou qual seria o motivo dessa infiltração.

Segundo ele, isso se deve ao relacionamento diplomático com Taiwan, chamada de República da China, criada numa ilha de 35,9 mil metros quadrados, para fugir da revolução comunista chinesa, em 1949.

“Obviamente isso não nos surpreende, porque o Paraguai é um dos países que reconhecem Taiwan como nação”, disse Peña, em entrevista coletiva após a cerimônia de inauguração de um lar para idosos, também ontem.

A descoberta da espionagem ocorreu graças a um acordo de colaboração com os Estados Unidos.

Peña confirmou que pediu a colaboração do governo dos Estados Unidos e eles encontraram “elementos bastante importantes que provam que o Paraguai foi vítima de ataques cibernéticos, e que esses são originários da República Popular da China”.

Coincidência
A revelação coincide com a chegada do ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, a Taiwan, para uma visita de quatro dias à ilha, onde se reunirá com o presidente taiwanês, William Lai.

Ao chegar ao aeroporto Taipe, capital do país, o chanceler paraguaio reafirmou a posição “firme” do governo paraguaio a favor de Taiwan e manifestou a esperança de que essa viagem “fortaleça ainda mais os laços estreitos entre os dois países”.

Atualmente, a ilha mantém laços oficiais apenas com doze países, sete dos quais (Paraguai, Guatemala, Belize, Haiti, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia e São Cristóvão e Nevis) estão localizados na América Latina e no Caribe.

Resposta
Por sua vez, a Embaixada da China no Panamá, em comunicado que publicou ontem, quarta-feira, em sua conta X, disse que “a recente acusação feita pelos Estados Unidos sobre um grupo baseado na República Popular da China, com ligações ao governo da RPC, que está se infiltrando nos sistemas do governo paraguaio, não tem fundamento”.

Com informações do ABC Color e Agência IP

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