“Eu decidi expulsar Marcelo Pinheiro, vulgo Piloto, do Paraguai. Que nosso país não seja terra de impunidade para ninguém”, manifestou-se via Twitter o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, sobre a extradição do traficante brasileiro Marcelo Pinheiro, o Piloto, para o Brasil.
Mais tarde, em rápida entrevista, disse: “Não queríamos esperar mais”. E que tomou para si a responsabilidade de extraditar Marcelo Piloto, sem aguardar a decisão da Justiça, por causa dos riscos envolvidos, já que houve quatro tentativas de resgatar da prisão o traficante.
A expulsão do traficante ocorreu dois dias depois de ele ter assassinado a jovem paraguaia Lidia Meza Burgos, em sua cela na Agrupación Especializada da Polícia Nacional, com o objetivo exatamente de evitar sua extradição, como lembra o jornal Última Hora.
Enquanto no Paraguai Piloto respondia pela produção e uso de documentos falsos, no Brasil será processado por tráfico de drogas, roubo, assalto à mão armada, homicídio e associação criminosa, entre outros crimes. Contra ele, há mais de 20 ordens de prisão.
Para não voltar ao Brasil, Piloto decidiu assassinar sua jovem visitante, esperando ser alvo de um novo processo na Justiça paraguaia.
O assassinato cometido por Piloto resultou na destituição do comandante da Polícia Nacional, Bartolomé Gustavo Báez López, e do subcomandante Luis Pablo Cantero, que já foram substituídos (leia abaixo).
A expulsão
A decisão de expulsar rapidamente Marcelo Piloto foi pela constatação de que o Paraguai não tem condições de abrigar um preso de tamanha periculosidade.
Para trazê-lo à região de fronteira, foi montada uma grande operação de segurança, de forma sigilosa. Nem mesmo o advogado de Piloto, Jorge Prieto, foi informado da decisão de expulsar seu cliente, como ele disse ao ABC Cardinal.
Para o advogado, a expulsão ocorreu porque as ações de Marcelo Piloto representam “uma ameaça à segurança nacional”.
O traficante foi trazido de Assunção num helicóptero da Força Aérea Paraguaia, que pousou no aeroporto da Itaipu Binacional, em Hernandarias.
Depois de cumprir os trâmites da expulsão, Piloto foi entregue às autoridades brasileiras, que o trouxeram a Foz do Iguaçu num helicóptero da Polícia Civil.
Agora, ele está na sede da Polícia Federal, sob responsabilidade do delegado Carlos Eduardo Vieira Bianchi.
Prisão
Marcelo Piloto é suspeito de ter retomado a chefia do grupo criminoso Comando Vermelho desde que passou a viver no Paraguai, há cerca de cinco anos.
Ele foi preso em Encarnación, em dezembro de 2017, numa operação conjunta da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, da Polícia Federal do Brasil e da DEA, dos Estados Unidos, que é o órgão responsável pelo combate às drogas naquele país.
Troca de comando
Ainda hoje (19) pela manhã, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, deu posse aos novos comandantes da Polícia Nacional, que substituem os afastados devido ao assassinato cometido por Piloto em sua cela.
O novo comandante é Walter Vázques, que no discurso de posse afirmou: “Sonho com uma polícia que, com sua presença nas ruas, inspire respeito e confiança”.
O subcomandante é Eladio Sanabria Morán.
Fontes: ABC Color e Última Hora