Pode até ser parcialmente verdade, mas foi infeliz a declaração do ministro dos Transportes da Argentina, Guillermo Dietrich.
Ele minimizou a subida espetacular do dólar na Argentina e disse a uma rádio de Buenos Aires que em Puerto Iguazú, onde ele esteve para reinaugurar a pista do aeroporto, está todo mundo feliz com a desvalorização do peso.
“Não entendo – me disseram – por que se preocupam, para nós é o melhor que pode acontecer no mundo. Vão vir mais paraguaios, mais brasileiros, mais pessoas de todas as partes do mundo”, disse o ministro, referindo-se a interlocutores de Puerto Iguazú.
E concluiu que “há uma parte da economia, a que exporta bens e serviços, como é o turismo, para a qual claramente um dólar mais competitivo é benéfico”. Mas ele não se esqueceu, felizmente, de dizer o óbvio: a alta do dólar pressiona a inflação, por isso é preciso encontrar o equilíbrio.
É claro que uma moeda fraca é atraente para o turista que vem de países onde o dinheiro vale mais. Só que o morador de Puerto Iguazú, mesmo o que ganha com o turismo, sabe que a inflação dilapida seus ganhos.
E não é à toa que dezenas de argentinos vêm fazer compras em Foz do Iguaçu – lá, os preços não param de subir, até mesmo em dólares.