Quanto tempo duraria uma caixa de vidro blindada com dólares dentro, em seu país?

Como está a segurança pública em seu país? E a honestidade de seus habitantes? E, mais ainda, a honestidade de seus governantes e políticos?

Pois tudo isso apareceu numa brincadeira feita pela página do Facebook Noche Fenomenal. Uma postagem dizia que, no Canadá, a empresa 3M, que faz vidros de cristal blindados, instalou numa parada de ônibus uma caixa com US$ 3 milhões dentro. E informou: “Se você puder quebrar a caixa, pode ficar com o dinheiro”.

Noche Fenomental perguntou: “Quanto tempo você acredita que a caixa vai durar no seu país?”

A publicação ganhou nada menos que 57 mil compartilhamentos, com mais de 4 mil comentários, de internautas de toda a América Latina.

Parecia uma disputa pra mostrar em qual país a desonestidade era maior. Com humor, a grande maioria garantia que o dinheiro logo teria fim. Fiquemos com os comentários de brasileiros, paraguaios, argentinos e uruguaios, nossos hermanos mais próximos. E com uma ou outra curiosidade.

Do Paraguai, escreveu Sandra Ayala: “No Paraguai esse dinheiro nem chega… ficaria parado um pouco na Aduana, depois tem que dar (propina) a policiais pelo caminho e logo inventam uma lei para terminar de comer o restante”.

Da Argentina, Paulo Mazzeo: “A. Cobrariam impostos altos da empresa; B Os donos da 3M encontrariam dinheiro falso dentro, porque mudaríamos o conteúdo; C. Seria feita uma obra pública nas proximidades, a caixa seria deslocada para se poder trabalhar melhor e nunca apareceria novamente. D) Faríamos uma rifa a US$ 1.000 cada para sortear a caixa e, com isso, ganharíamos mai que US$ 3 milhões.

Da Argentina, ainda, Arlita Alayo: “Aqui na Argentina, os políticos levariam e poriam a culpa em outro”.

Do Uruguai, Emanuel Prieto: O dinheiro seria roubado e o ministro “Bonomi” (ministro do Interior, Eduardo Bonomi, escolhido por Pepe Mujica e mantido no cargo pelo presidente Tabaré Vázquez) diria que a culpa é da 3M por colocar ali o dinheiro, já que “há que entender as necessidades das pessoas’.

Do Brasil, Lucas Striker: “Não conseguiriam nem pôr, pois metade do dinheiro iria para o vereador, 25% iria para a empresa responsável pela limpeza da placa, os outros 25% seriam para o diretor de negócios internacionais, os vidros iriam para os carros dos responsáveis envolvidos, a mão de obra seria usada para instalação de campanha politica. E em agradecimento à iniciativa da empresa, a 3M se tornaria uma empresa estatal com contrato vitalício”.

Da Argentina, Juan Montenegro: “Roubariam a caixa inteira, roubariam os que a instalaram e ainda iriam até a empresa pra roubar. E se conseguissem abrir a caixa blindada, perceberiam que as cédulas são falsas. Aqui tudo é assim”.

Do Brasil, Luiz Tadeu Calderoni: “No Brasil, nem chegaria até a parada de ônibus. Se fosse no Rio de Janeiro, os moradores da Rocinha roubavam; se fosse em São Paulo, os ‘mano’ do Corinthians a tirariam para pagar seu estádio”.

Do Uruguai, Maicol Ruiz: “O presidente mesmo vai e rouba tudo, como de costume”.

Do Paraguai, Felix Santhacruz: “Tragam aqui para o Paraguai, aqui não haverá tempo nem de cronometrar”.

Do Brasil, Beto Medina: “Se não forem os políticos, são os ladrões, que roubam o dinheiro, a parada, assaltam quem estiver lá, assaltam o primeiro ônibus que chegar, matam dois ou três… e levam o dinheiro, a parada e o ônibus”.

Da Argentina, César Valentini: “Aqui afanam o dinheiro, a caixa, os vidros, o ônibus, o adesivo da 3M, o suporte, o porcelanato do piso, os parafusos, o ponto de ônibus e a conta de Facebook que faz a publicidade”.

Em todos

Assim se repetem, mudando alguma coisa aqui e ali, as respostas provenientes de praticamente todos os países da América Latina, o que mostra a deterioração social que vivemos. Ah, tem também coisa semelhante vinda da Espanha e até da Itália (só países latinos).

Mas e os países socialistas? Não muda muito. Só alguns exemplos das dezenas de postagens:

Da Venezuela, Jorge Salvador Chávez Morales: “A Guarda Nacional ficaria com o dinheiro, argumentando que está proibida a posse, o comércio, o traslado e até o pensamento em dólares”.

De Cuba, Jorge Arias Castañeda: “A família real dos Castro perguntaria a essa empresa de onde (palavrão) sacaram os 3 milhões; que em Cuba ninguém compra cristais porque todos os roubam (e muito menos vidro blindado). Em resumo, os da empresa iriam para a prisão por enriquecimento ilícito, os vidros blindados para o carro do presidente e os 3 milhões seriam distribuídos entre o bolso esquerdo e o direito das calças do excelente representante”.

De Cuba, Ner Perez: Nem olharíamos (a caixa), porque nossos comandantes em chefe nos ensinam que o dinheiro é maligno e é coisa de imperialistas. Ah ah!”

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