Quem é Zé Pilintra – Parte 4
*Por Iury Rafael de Souza
Zé Pilintra é uma entidade que tem uma maleabilidade energética muito grande. Consegue descer da gira de Exu, no meio de Baianos, no meio de Caboclo e de Preto Velho. Agora, vocês imaginam o tamanho do conhecimento no plano espiritual que o Zé Pilintra tem para conseguir andar livremente nessas diversas faixas energéticas?
Porque não é qualquer espírito que consegue fazer isso. Não, gente, não é qualquer espírito que consegue se manifestar com tanta desenvoltura, tanto na linha da esquerda quanto na linha da direita. E o Zé Pilintra tem essa capacidade.
Às vezes ele muda até o jeito de falar e se adequa ao ambiente em que está trabalhando. Só que, de uma maneira geral, Zé Pilintra fala usando uma linguagem muito simples. Às vezes usa até gírias da boemia da época e costuma fazer metáforas com jogo, como se a vida fosse uma partida em que a gente tem de aprender a jogar.
Ele nos ensina que existe uma coisa mais importante do que a vitória. Sabem qual é? A derrota. Por que a derrota? Porque ela traz conhecimento, traz experiência, e nos ensina a não repetir o mesmo erro.
O Zé sabe como ninguém aproveitar as oportunidades. Ele aproveitou todas que teve, agarrou todas também depois que desencarnou e evoluiu muito como espírito, tanto é que o seu esforço foi reconhecido e hoje ele é guia de luz.
Ele tem autorização para se manifestar nas giras de umbanda para ajudar as pessoas que o procuram. Também é, praticamente, o padroeiro dos desafortunados, dos que sofrem discriminação dos que são ameaçados.
Se tornou o protetor daqueles que a sociedade enxerga com desdém, daqueles que sofrem as dificuldades da vida, das pessoas humildes que devolvem o sofrimento com sorrisos. Ensina que ser marginal não é ser bandido, mas é apenas estar à margem da sociedade. Marginal não é ser ladrão, mas é a pessoa que não é aceita no meio em que ela vive.
Ele é um malandro que teve uma condição de vida muito dura, muito sofrida, foi negligenciado como ser humano, mas, apesar de toda a discriminação que sofreu, aqui na Terra, não guardou rancor de ninguém, nem mesmo da pessoa que o matou, muito pelo contrário, após o desencarne, o Zé Pilintra começou a ajudar intensamente as pessoas.
*Iury Rafael de Souza é advogado em Foz do Iguaçu
No próximo e último capítulo, Iury aborda de Zé Pilintra como o mensageiro da luz. Se você não leu a Parte 3 clique aqui.