Reportagem da Época diz que diplomata foi morto pela ditadura porque ia revelar superfaturamento em Itaipu

Uma reportagem da Revista Época, publicada na última sexta-feira (21), afirma que o diplomata José Jobim desapareceu uma semana depois de revelar que denunciaria o superfaturamento na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu em um livro de memórias.

A usina, conforme o embaixador ia contar em seu livro, custou dez vezes mais que o previsto, totalizando cerca de US$ 30 bilhões.

Segundo a matéria, Jobim foi sequestrado depois de participar da posse do ex-presidente João Figueiredo, em 15 de março de 1979,  época em que “mencionou que estava escrevendo um livro sobre suas vivências, no qual detalharia irregularidades da obra. No dia 22, saiu para visitar um amigo e não retornou”.

Foi encontrado morto, com simulação de suicídio por enforcamento, mas não houve qualquer investigação.

Também na sexta-feira, Época revela que o Estado Brasileiro reconheceu que o embaixador foi sequestrado, torturado e morto pelo regime militar.

As especulações em torno da construção e operação da Usina de Itaipu até hoje são constantes, devido, provavelmente, ao Tratado de Itaipu estabelecer, segundo o livro Natureza Jurídica da Itaipu, o seguinte: “A Itaipu Binacional não está sujeita ao controle do Tribunal de Contas da União, donde não lhe ser aplicável o regime decorrente da Resolução n.o 165 de 12 de agosto de 75 expedida pelo aludido órgão”.

Hoje, os governos do Brasil e do Paraguai deram início a conversações para estabelecer um sistema de fiscalização conjunta, já que, como empresa binacional, ela não pode ser fiscalizada por um único país sem a aprovação do outro, conforme o próprio Supremo Tribunal Federal definiu recentemente.

Leia a reportagem completa da Revista Época no seguinte endereço eletrônico:

https://epoca.globo.com/diplomata-foi-morto-pela-ditadura-antes-de-denunciar-corrupcao-no-regime-confirma-nova-certidao-23089585

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