Reportagem da Globo mostra por que o Paraguai é a “nova China”

O repórter Tonico Ferreira volta ao Paraguai 36 anos depois: agora, o país atrai indústrias brasileiras.

Aqui no blog, a gente já fala sobre isso faz tempo. Mas, nesta quinta (10), o jornal Hoje, da Rede Globo, trouxe uma reportagem de Tonico Ferreira e Marcos Antônio Gonçalves (imagens) que mostra por que o Paraguai atrai tantos empreendedores brasileiros.

Tonico lembrou que há mais de 50 anos milhares de brasileiros atravessam a Ponte da Amizade em busca de novas oportunidades no Paraguai.

Em 1982, ele fez uma reportagem (o “Hoje” mostrou um trecho) sobre a vida dos brasiguaios, os brasileiros que compraram terras férteis e se estabeleceram no país vizinho.

Foram atraídos por “preços baixos e impostos quase inexistentes”, contou.

Agora, os impostos baixos atraem outro tipo de brasileiros: os industriais, os empreendedores.

Fábrica de mantas: custos mais baixos e produtividade superior à do trabalhador chinês. Imagem: Rede Globo

Tonico mostrou como exemplo uma família de brasileiros que montou uma fábrica de mantas em Ciudad del Este, abrigada sob a Lei da Maquila, com 370 empregados.

Esta mesma fábrica tinha sido montada na China, mas veio ao Paraguai por causa dos custos de produção mais baixos. E houve uma surpresa positiva, de acréscimo: a produtividade do trabalhador paraguaio. Na China, um operário produzia 400 mantas; no Paraguai, produz 600.

Segundo o diretor da empresa, a relação governo e empresários “não poderia ser melhor”. No Paraguai, “o governo está atento ao desenvolvimento”, disse, o que não ocorre no Brasil.

Tonico Ferreira citou que, além dos impostos, a mão de obra paraguaia também tem custo mais baixo. Embora o salário mínimo seja maior (equivale a R$ 1.265), os encargos representam 60% da folha de pagamento, enquanto no Brasil chegam a 110%.

“Fábrica” de moedas

“Fábrica” de criptomoedas: energia elétrica pela metade do preço no Brasil. Imagem: Rede Globo

A reportagem mostrou ainda outra vantagem que o Paraguai tem: energia abundante e barata. Foi isso o que atraiu o brasileiro Rocelo Lopes, que montou um “garimpo de criptomoedas”.

Ele utiliza nada menos que 6 mil computadores ligados o tempo inteiro e gasta de energia o equivalente a R$ 1,4 milhão. No Brasil, gastaria o dobro.

Rocelio diz que encontrou muitas facilidades para abrir a empresa e que o governo está sempre “de portas abertas”.

Não por acaso, o Paraguai atraiu, entre 2013 e 2017, 81 indústrias brasileiras. Não por acaso, também, como lembrou Tonico Ferreira, o país está sendo chamado de “a China da América do Sul”.

 

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