O repórter Bruno Soares, do jornal Gazeta Diário, virou notícia na visita do ex-presidente Lula a Foz do Iguaçu, ontem (27).
Até o colunista Reinaldo Azevedo, ex-Veja, hoje blogueiro da Rede TV, citou o caso da agressão que Bruno sofreu por parte de manifestantes contra o Lula, só porque ele estava com uma camisa de cor vinho e usa barba (protótipo de petista, segundo a turma).
Junto com outras agressões a jornalistas, Bruno já tinha sido notícia na Folha de S. Paulo, que publicou matéria dele com informações sobre o evento de Foz do Iguaçu.
O texto só não trouxe a opinião dos manifestantes anti-Lula por motivos óbvios. A própria Polícia Militar impediu que Bruno chegasse mais perto dos trogloditas de plantão (ah, vale lembrar que o trogloditismo também teve destaque no lado oposto, isto é, dos lulistas).
A propósito dessas guerras de torcidas organizadas pró e contra Lula, Azevedo põe a culpa no Supremo.
“Se a ministra Cármen Lúcia tivesse cumprido a sua obrigação e pautado as Ações Declaratórias de Constitucionalidade que tratam da execução da pena depois da condenação em segunda instância, a tensão seria objetivamente menor”, diz ele. “Até porque se iria evitar o debate fulanizado.”
Vale dizer: E a imprensa não seria sempre a vilã e os jornalistas não sofreriam agressões.
Ou, no texto de Azevedo: “Paus. Pedras. Tapa na cara. Ovos. Chicote. Ameaças feitas por bando. Não por acaso, a imprensa é sempre o alvo. Vale dizer: nesse contexto, qualquer suspeita de isenção é malvista por si, já que, ora vejam!, isentos, em momentos em que os extremos pretendem ditar a pauta, são vistos como ‘agentes do lado de lá’”.
Uns levaram safanões porque foram vistos como inimigos pelos petistas; outros, vistos como petistas pelo lado oposto. É, jornalista sofre!
Confira aqui o texto de Reinaldo Azevedo na íntegra: https://goo.gl/gzDZe4