Resposta oportuna…
*Por Carlos Roberto de Oliveira
Aquela agradável sensação de liberdade e o fato de se estar sozinho, caminhando, extrapolava o conceito de egoísmo e sugeria uma reflexão de como se encontrar a paz interior sem qualquer apologia.
E o momento era propício para um monologo cujo objetivo estava no fato de se autoquestionar, já que a gratificante alegria energizante de andar por um local, a bela e ajardinada ciclovia com um misto de pista para caminhar da Avenida General Meira, longe de ser uma peregrinação em Compostela, igualmente levava refletir na busca de uma harmonização entre os aspectos físico e mental.
À medida que caminhava, mais deslumbrado ficava com aquele espaço dinâmico, onde nem mesmo o movimento frenético de veículos automotores nas pistas de rolamento paralelas à ciclovia/pista conseguia ofuscar.
Sem se preocupar em chegar em qualquer final, até porque o prêmio era a própria caminhada, entre um cumprimento e outro, ao cruzar com alguém, geralmente a comunicação, por gestos, se dava de forma positiva.
De repente, a uma certa distância, em um pequeno aclive do terreno, um senhor empurrando uma bicicleta ao invés de pedalá-la, e, ao dele se aproximar, cumprimentando-o com um “bom dia”, arrisca um comentário: “Para subir os Santos não ajudam muito, né?”
E a resposta, sem agressividade, foi aquela que fez por merecê-la: não, disse-lhe o velho senhor, para se chegar aonde pretendo não há necessidade de pressa.
E, como forma de retratação, lembrou-se de Mario Quintana quando diz:
“Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”
E, ao se virar, ainda teve tempo de ver aquele velho senhor, já um tanto distante … passarinho.
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu