*Por Carlos Roberto de Oliveira
Em uma tarde tipicamente de final de outono, modorrenta e cinzenta, e tendo como agravante ser o dia um domingo que se arrastava sem muitas alternativas de melhoria, eis que recebo uma postagem de um amigo cujo tema mostrava uma reportagem de um determinando meio de comunicação sobre uma música.
Foi quando tudo mudou, pois o que parecia se encaminhar para uma mesmice enfadonha de atividades passivas e determinadas pelo embotamento da sensibilidade, a matéria que se apresentava trazia, em um trabalho digno de quem comprometido com suas atribuições de comunicadores profissionais com a qualidade, uma entrevista com Renato Teixeira na qual esse falava sobre sua composição “Romaria”.
Logo que a ouço, naturalmente, me vem à mente ela… Elis Regina.
E não foi sem motivo, pois no decorrer da entrevista, entre outros personagens, todos ilustres, surge Maria Rita, filha de Elis, e que ao fazer seu comentário, emocionada, o faz como uma espécie de retratação ante algo que, pela canção e sua letra, a aproximou de valores cuja energia transcende.
Ali estava a força da oração na forma de música.
E levada pela humildade, Maria Rita, em sua reconsideração de um juízo de valores precipitado, emociona a quem a ouve e a vê, principalmente quando se refere à sua não compreensão, em um determinado período de sua vida, da ausência da mãe.
E de uma colocação em um verso da canção, o possível esclarecimento de sua resignação…minha mãe solidão.
De resto, e com a mesma percepção de Renato Teixeira, agradecendo-o por esta maravilha de composição, manifestação outra não há que não seja a de que sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora da Aparecida…
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu