Sabe de uma coisa? Vou pescar

Caí na real, afinal estou agora em eternas férias

Foto ilustrativa: Pixabay

Sabe de uma coisa? Vou pescar

*Por Carlos Galetti

Meu amigo me chamou para pescar na segunda-feira, respondi de imediato, vou. Mas aí fiquei pensando, pescar na segunda, seria uma heresia, pescar enquanto todos trabalham, que dúvida cruel.

Confesso que fiquei bolado, meu amigo aproveitaria a sua folga e eu, aproveitaria o quê? Caí na real, afinal estou agora em eternas férias. Desde que me aposentei não tinha curtido ainda a aposentadoria, passaria a fazê-lo, confesso que cheio de dor, arrependimento, mas com o tempo tudo isso passa.

Foram trinta e um anos no Exército, já sendo 15 de empresariado. Hoje o filho toca a empresa, estou mais de “boreste”, figura do caroiquês, que quer dizer, de vida boa. Continuo a ir na firma, devido ao fato que me fez abrir, no passado, a empresa, um motivo para sair de casa e não encher o saco da mulher, e vice-versa.

Mas, voltando ao amigo pescador, incentivou a ida dizendo, inclusive, que não iria pescar, pois seria um dos cozinheiros da empreitada, sendo que estaria encarregado de fazer um risoto de frango, o que me ofereci para ajudá-lo. Fechou, ficou marcado e combinado.

Entendam, o nome era pescaria, mas pescava quem queria, quem não queria arrumava outra coisa pra fazer. Teve gente que foi dormir, outros foram dar banho na minhoca, e outros, ainda, foram preparar o almoço, eu e o meu amigo.

Vocês talvez estejam se perguntando, mas só se fala de comida, e bebida nada? Negativo, esse detalhe nunca seria esquecido, pois o time era um perfeito Real Madri, grandes craques do “halterocopismo”.

Todos bebiam todas e não deixava cair um pinguinho no chão. Tinha cerveja, cachaça e mineira, sim, pois uma é diferente da outra; algumas misturas milagrosas que transformavam as pessoas, fazendo-as parecer ter tido suas línguas mordidas por um marimbondo.

Assim passamos nossa tarde, partimos de volta na certeza de que o Senhor nos guiaria. Tenho a certeza de que foi trabalhoso, mas todos chegaram bem aos seus destinos, reafirmando a máxima, Deus protege as crianças e os bêbados.

Gostei muito do grupo e, acredito, que também gostaram desse participante, pois pude notar que caí na simpatia dos demais, pelo meu empenho em ajudar, participar, me integrar.

Ali estavam várias profissões representadas, desde garçom, passando por taxistas, chegando até a aposentados. Nesse último grupo estava eu, pois agora não poderia dar mais desculpa para faltar.

Se o compromisso for esse, me chama que eu vou. Aliás, inventei uma salada de repolho que fez o maior sucesso, não sei se foi mutreta, mas disseram que agora tenho de ir para fazer a salada. Mutreta ou não, não falto mais.

Aliás, fuiiiiiii!

Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi Comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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