Saiba como funciona o canal de migração de peixes da usina de Itaipu

A usina se destaca por ter criado o Canal da Piracema, de 10 quilômetros de extensão

Canal da Piracema, da usina de Itaipu, é usado pelas espécies migradores que sobem o Rio Paraná para chegar aos locais de desova durante da Piracema. Foto: Alexandre Marchetti/IB

Neste sábado (24), comemora-se o Dia Mundial da Migração de Peixes e a Itaipu Binacional celebra os bons resultados de suas iniciativas de conservação e monitoramento da ictiofauna, que fazem da usina uma referência internacional nos cuidados com o ecossistema aquático do Rio Paraná e de seu reservatório.

Canal da Piracema, da Itaipu, onde mais de 180 espécies de peixes já foram identificadas. Foto: Alexandre Marchetti/IB

A usina se destaca por ter criado o Canal da Piracema, de 10 quilômetros de extensão (sendo que quatro correspondem ao canal artificial e seis ao leito natural do córrego Bela Vista) que permite aos peixes migradores vencerem o desnível de 120 metros da barragem e alcançarem as áreas de reprodução nos braços do reservatório.

Inaugurado em 2002, o canal tem sua eficiência monitorada regularmente desde então.

Já foram identificadas mais de 180 espécies de peixes entre aquelas que utilizam o corredor como passagem e as chamadas sedentárias, que desenvolvem todo o seu ciclo de vida no canal.

Desde 2004, a Itaipu utiliza o monitoramento eletrônico da ictiofauna.

Desde 2004, a Itaipu utiliza o monitoramento eletrônico da ictiofauna. A partir de 2009 o tipo de transmissor implantando nos peixes mudou para um modelo menor e mais barato, com quatro antenas instaladas ao longo do canal.

Itaipu promoverá atividade de marcação de peixes com famílias de funcionários neste sábado (24). Foto: Adenésio Zanella/IB

Mais de sete mil espécimes já foram marcados e soltos, o que permitiu registrar a passagem de peixes vindos da usina de Yacyretá, 400 km rio abaixo, ou até 600 km rio acima, após passar pela escada para peixes de Porto Primavera (que usa a mesma tecnologia de monitoramento, permitindo a troca de informações).

Conforme explica a bióloga Caroline Henn, da Divisão de Reservatório da Itaipu, a atividade de marcação dos peixes se concentra principalmente nos meses da piracema legal (de novembro a fevereiro), mas os técnicos da Itaipu consideram um período um pouco maior, de setembro a março.

“A atividade de monitoramento dos peixes em uma hidrelétrica é necessária tanto por conta da importância econômica e cultural dos peixes, bem como para medir a sensibilidade de cada espécie à instalação de uma usina e a efetividade de medidas de conservação como o Canal da Piracema”, explica  a bióloga Caroline Henn. Foto: Sara Cheida/IB

O restante do ano é dedicado à análise de dados e a produção de estudos sobre o comportamento das espécies, muitos deles executados em parceria com universidades e instituições de pesquisa.

Com informações do JIE

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