O engenheiro agrônomo Cícero Bley Jr, que atuou na Assessoria de Energias Renováveis de Itaipu até 2016, quando se aposentou, escreveu artigo, no Facebook, que mostra quais são as verdadeiras saídas para enfrentar a crise de combustíveis.
É preciso não apenas reduzir impostos, mas organizar e racionalizar a cobrança dos tributos. Produzir petróleo onde ele será consumido. E ter uma estratégia real para os biocombustíveis.
Confira:
Para avaliar saídas para a crise dos combustíveis. Fique de olho:
Cícero Bley Jr
1- sobre impostos: elevar para próximo a 50% a carga tributária cobrada nos preços dos combustíveis usados nos transportes de matérias-primas e, depois, no de produtos acabados e, depois, na distribuição dos acabados para o varejo, forma uma cascata tributária que sufoca qualquer economia.
É necessário não só reduzir impostos federais e estaduais incidentes sobre os combustíveis, mas também organizar e racionalizar suas cobranças. Se cobrar no transporte de matérias-primas, não pode cobrar de novo no transporte de produtos acabados e no varejo.
2- sobre logística: produzir combustível nas refinarias localizadas na costa Atlântica e transportá-los, com tanques a diesel, até as regiões que os utilizam, por 2-3 mil quilômetros, produz uma conta que não fecha nunca.
É preciso aceitar a necessidade de produzir combustível aonde ele será usado. E não tendo petróleo em terras interiores, por que não ter uma política séria e de interesse nacional para o etanol, o biodiesel e o biometano? Isto por setor e por região.
3- sobre preços internacionais: esse é um tema para o qual não temos saída, a não ser produzindo petróleo para todos os combustíveis que precisamos, uma utopia. De novo sobrevém a necessidade de termos uma estratégia séria, verdadeira, profunda para os biocombustíveis etanol, biodiesel e biogás, que podemos produzir de forma descentralizada e usar sem poluir o planeta.
Podemos sair do domínio internacional dos preços do petróleo produzindo biocombustíveis nas nossas terras, com nosso clima e com a nossa biodiversidade.
Difícil? Claro que é! Fosse fácil…